Segunda marca mais vendida no varejo e quinta no ranking total, atrás apenas das quatro veteranas, a Hyundai tem hoje 210 concessionárias no País e uma das maiores médias de venda por loja. “O que tiver na rede, vende”, diz Daniel Kelemen, presidente da Abrahy, Associação Brasileira dos Concessionários Hyundai. Com 83,3 mil emplacamentos, a marca registra crescimento de 5,6% no acumulado do primeiro semestre com relação ao mesmo período de 2016. Há cinco anos com fábrica local, só agora, neste segundo semestre, encerra-se o período de garantia dos primeiros modelos que saíram de suas linhas de montagem em Piracicaba, SP. “Como o consumidor volta à autorizada no período de garantia, acreditamos que se criou um vínculo entre cliente e concessionária e que permitirá mantermos o bom movimento que temos hoje no pós-venda”, avalia Kelemen nesta entrevista ao AutoIndústria.

Por Alzira Rodrigues

A Hyundai é a segunda marca mais vendida no varejo este ano. Ter baixo volume de vendas no atacado favorece a rede?
Maior volume de negócios no varejo certamente é bom para a rede, mas este ano, em particular, a redução das vendas no atacado foi uma questão circunstancial, decorrente da chegada do Creta. Tudo o que é produzido do modelo é destinado ao varejo. Não há previsão de venda do SUV no atacado este ano.

A rede perde muito com venda direta?
A comissão é reduzida, mas ganha-se em volume. Faz parte do show. Não somos contra venda direta desde que seja regrada e comedida.

A rede Hyundai está crescendo?
Muito pouco. São cinco a seis novas lojas por ano. Temos hoje 210 pontos de venda representando oitenta grupos. Mas nosso volume de venda por loja é um dos maiores do País.

Como está a Abrahy Comercial? Quantas parcerias há hoje para atender a rede?
São ao todo dezenove parcerias em diferentes áreas, como as de consórcio, seguro, acessórios, roupas etc. Estamos em vias de assinar um novo contrato, mas ainda não podemos divulgá-lo. Com a compra conjunta o volume é maior e o preço mais atrativo, favorecendo a lucratividade da rede.

Com a chegada do Creta, o volume de venda do HB20S caiu. O SUV afetou as vendas do sedã?
Como não houve alteração na capacidade da fábrica, o Creta na verdade exigiu uma mudança no mix de produção. Alguns modelos tiveram volume reduzido para priorizar outros. Mas os carros são distintos, não concorrem entre eles. O Creta tem plataforma do Elantra. A linha toda do HB20 teve de ser reduzida para encaixar o novo SUV da marca.

E como está o Creta no mercado?
É um sucesso. O que tiver na rede, vende. É o segundo modelo mais emplacado em sua subcategoria, a SUV-B, na qual competem Honda HR-V, o líder,  Jeep Renegade e o Ford EcoSport, dentre outros.

O mercado interno cresceu nos últimos dois meses. O senhor acredita que essa curva ascendente será mantida?
Há um ponto relevante que é o maior fluxo nas lojas: mais clientes visitando as concessionárias é um bom sinal. Muitas pessoas estão interessadas na compra de um carro, só que ainda não se sentem seguras para fechar o negócio. Mas o fluxo maior sinaliza dias melhores.

A Hyundai completa agora cinco anos no Brasil. Como está o movimento de pós-vendas?
Temos toda a nossa frota em garantia até outubro próximo., qunado os primeiros carros que saíram da linha de montagem brasileira completam cinco anos, justamente o nosso prazo de garantia. Como nesse período é normal o cliente voltar à concessionária, criou-se um vínculo entre o nosso consumidor e a concessionária. Com isso, apostamos que não haverá queda abrupta no nosso movimento. Temos um valor justo de manutenção e acreditamos que os nossos clientes continuarão procurando uma autorizada.

E a venda de usados? É representativa dentro dos negócios da rede?
Parte da rede até recentemente ainda não vinha trabalhando com usado, mas agora esse movimento tem crescido. No início a entrada de usados era pequena e  hoje é da ordem de 50%. No caso do HB20, por exemplo, temos vendido um novo para cada um usado. E é rápida a venda do usado que entra na loja como parte do pagamento do zero-quilômetro.

Com relação ao mercado como um todo, qual a sua previsão de crescimento para este ano?
Apostamos em expansão de 5% a 8%. Já nós devemos repetir o volume do ano passado porque a produção será a mesma. Operando em três turnos, a capacidade da fábrica de Piracicaba é de 180 mil unidades -e vendemos tudo o que é produzido.

Há planos no sentido de ampliar a produção?
Tudo dependerá do comportamento do mercado brasileiro, de como as vendas se comportarão daqui para frente. Por enquanto está mantida a produção de 180 mil unidades por ano.


Foto: Divulgação/Abrahy

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