Por Joel Leite

         O fim da cobrança de 30 pontos porcentuais extras de IPI para os carros importados a partir de 2018 está criando uma falsa expectativa no mercado em relação a uma eventual redução dos preços ao consumidor. Por incrível que pareça, a substituição do programa Inovar-Auto, que impunha a taxa extra, pelo novo programa do governo, o Rota 2030,  deixará o carro importado mais caro.

         A explicação é simples: o  pagamento dos 30 pontos extras de IPI é para carros importados além de uma cota de 4,8 mil unidades estabelecida para cada marca. Mas, com raras exceções, ninguém importou além da cota. As importadoras venderam pouco porque não puderam importar mais carros sem o pagamento do IPI extra.

         As novas regras do governo  no Rota 2030 estabelecem uma taxa para todas as marcas (fabricantes e importadores) de 10 pontos porcentuais que serão abatidos das empresas que obtiverem melhorias no processo produtivo ou tecnológico.

 Quem atender a eficiência energética, deixa de pagar 4 pontos. Mais 2 pontos para as que atingirem o objetivo em segurança veicular e mais 1 para as que conseguirem a etiquetagem do Inmetro. Os outros 3 pontos, que se referem a pesquisa e desenvolvimento, engenharia e unidade fabril, só poderão ser alcançados por empresas que têm fábrica no Brasil. Assim, as importadoras  morrerão com esses 3 pontos.

Resumindo: a partir de 2018 não haverá limite de cotas de importação, mas o preço vai subir!

Apesar disso, os importadores estão animados com a expectativa de enterrar  esse trágico período, quando as vendas caíram de quase 200 mil unidades em 2011 para 27 mil este ano (projeção da Abeifa).

Kia, JAC, Lifan, Volvo, Hyundai Caoa, entre outras, preparam-se para um período de prosperidade a partir janeiro de 2018, com o aumento das encomendas às matrizes e o lançamento de modelos.

A Kia, líder entre os importadores independentes, chegou a vender 77 mil carros em 2011 e em 2017 não vai passar dos 8 mil. Para o ano que vem o plano é vender 20 mil unidades. Todo o setor de importados deve saltar de 27 mil unidades neste ano para 40 mil em 2018.

•Volante inteligente

Uma montadora européia apresentou um volante para carro autônomo, com o conceito de inteligência artificial. O sistema prevê a substituição do volante tradicional por um software que gera informações úteis e necessárias para que o carro ande sem a assistência do motorista. O volante virtual é acionado através de uma programação que o dono do carro fará do seu celular, ou seja: o carro é conduzido de forma remota.

 

* Joel Leite é jornalista, palestrante e criador da Agência AutoInforme, agência especializada no setor automotivo. (e-mail joelleite@autoinforme.com)

George Guimarães
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