Por Redação

Criado inicialmente com foco no carro zero-quilômetro, o consórcio hoje movimenta principalmente o mercado de seminovos, segundo estudo divulgado na sexta-feira, 8, pela Abac, Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio. Em um ano, de outubro de 2016 até o mesmo mês deste ano, a participação dos seminovos nas retiradas via consórcio subiu de 49,8% para expressivos 74,5%.

O movimento em direção ao seminovo começou há sete anos, fruto, segundo a Abac, da crise econômica que atingiu o país. “O consumidor mudou bastante o seu perfil nesse período. Ao considerar seu orçamento, suas necessidades individuais ou os compromissos familiares, a decisão final busca atender os objetivos do planejamento e da gestão de suas finanças pessoais”, avalia Paulo Rossi, presidente executivo da entidade.

Também contribui para essa migração do novo para o usado o fato de o consórcio ter ficado cada vez mais flexível nos últimos anos. “Com a liberdade de escolha que o consorciado contemplado tem, é natural que na hora da compra ele deixe o desejo inicial por um modelo ou marca a migre para um seminovo mais equipado e com preço mais acessível”.

Rossi lembra outra vantagem atual do consórcio, que é a utilização de 10% do crédito recebido para custear tributos, transferências, documentação e seguro, o que também contribui para essa migração. Ao optar por um modelo mais barato, sobra dinheiro para bancar os gastos envolvidos na aquisição.

O sistema conta hoje com quase de 6 milhões de consorciados ativos em veículos automotores, dos quais 3,5 milhões participantes do segmento de automóveis e comerciais leves, no qual a preferência pelo seminovo chega hoje a 74,5%. No mercado de motos financiadas, segundo a Abac, também tem havido migração, mas em escala menor. Feito com base em dados da B3, o estudo mostra que a participação média mensal dos consórcios na aquisição de motocicletas usadas duplicou em um ano passando de 5,1% em outubro do ano passado para 10,4% no mesmo mês deste ano.

Mercado – A Abac também divulgou na sexta-feira, 7, o balanço das vendas no sistema de consórcio. No acumulado de janeiro a outubro foram comercializadas 932,1 mil novas cotas de automóveis e comerciais leves, com crescimento de 10,5% sobre as 843,3 mil negociadas em idêntico período de 2016.

Também são positivos os demais indicadores do setor. O número de participantes ativos no segmento dos veículos leves saltou de 3,32 milhões para 3,46 milhões no mesmo comparativo, com crescimento de 4,2%. O volume de crédito comercializado atingiu R$ 38,58 bilhões este ano, ante os R$ 33 bilhões alcançado até outubro de 2016, expansão de 16,6%. O número de contemplações passou de 431,4 mil para 452,5 mil, alta de 4,9%.


Foto: Divulgação/Consórcio CAOA

 

Alzira Rodrigues
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