Por Alzira Rodrigues alzira@autoindustria.com.br

A indústria automotiva continua batendo recordes de exportação. Encerrou o bimestre com 112,7 mil veículos embarcados, 7,2% a mais do que os 105,1 mil no mesmo período de 2017. Em valores, que inclui máquinas agrícolas e rodoviárias, as vendas externas atingiram US$ 2,5 bilhões, com alta de 24,8% no mesmo comparativo.

Os números são extremamente positivos, mas o setor enfrenta um problema quando o tema é exportação. As montadoras têm direito à devolução do crédito correspondente aos 18% de ICMS que pagam aos governos estaduais e, no geral, não têm conseguido receber o valor a que têm direito.

O presidente da Anfavea, Antonio Megale, não quis revelar valores exatos de quanto as montadoras têm a receber, mas disse que é um número na casa de bilhões de reais. O problema concentra-se principalmente no Estado de São Paulo, onde a produção de veículos é maior.

A Anfavea, inclusive, já fez contato com o governador de São Paulo para discutir o tema. “Se o governo não devolver os créditos, as empresas não terão como contabilizar os valores devidos e eles acabarão entrando como prejuízo. É algo que pode prejudicar as exportações justamente num momento em que todas as montadoras estão investindo na ampliação dos negócios externos”.

O crescimento maior do valor das exportações em relação ao número de unidades deve-se ao mix de negócios realizados pelo setor. Produtos de maior valor agregado, como máquinas agrícolas e caminhões, estão com alta superior à dos automóveis e comerciais leves.

Enquanto o crescimento no segmento de leves foi de 5,8%, com 106,7 mil unidades exportadas no bimestre, as exportações de caminhões cresceram 43,3%, atingindo 4,6 mil veículos, e as de máquinas agrícolas e rodoviárias tiveram alta de 50,6%, num total de 1.757 unidades.

A Argentina é o principal mercado da indústria automotiva brasileira tanto em leves como em pesados. O país vizinho responde por, respectivamente, 70% e 50% das exportações brasileiras.

Mas outros mercados vêm comprando mais os veículos brasileiros. Para a Rússia, por exemplo, foram exportados 549 caminhões, com o expressivo crescimento de 1.345% sobre o resultado do primeiro bimestre do ano passado. No caso dos automóveis, as vendas para o Peru cresceram 181% e as destinados ao Chile tiveram expansão de 65%, conforme dados divulgados ontem pelo presidente da Anfavea.


Foto: Divulgação/VW

Alzira Rodrigues
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