Indústria

Com demanda aquecida, FCA e VWCO não terão férias coletivas

Decisão visa repor produção perdida por causa da falta de peças e insumos e também ganhar espaço no mercado

As tradicionais férias coletivas de final do ano no setor automotivo estão sendo avaliadas cuidadosamente pelas montadoras este ano por causa do mercado aquecido e da produção comprometida nas últimas semanas pela falta de matéria-prima e peças, assim como pelas medidas de isolamento social.

Pelo menos duas empresas, a FCA, Fiat Chrysler Automóveis, e a Volkswagen Caminhões e Ônibus, já decidiram não paralisar suas atividades fabris na virada do ano. No caso da primeira, haverá férias no período de 21 de dezembro a 4 de janeiro apenas para o pessoal administrativo.

A FCA reconhece que há instabilidade na entrega de componentes e insumos, o que vem acarretando oscilações no ritmo de produção. Mas informa que a decisão de não conceder férias para os funcionários das linhas de montagem tem a ver principalmente com a demanda aquecida e também o esforço da empresa de ocupar espaço no mercado brasileiro com suas duas marcas, a Fiat e a Jeep.

A VWCO, por sua vez, atribui a decisão de não paralisar a produção no final do ano à demanda em alta no segmento de caminhões e também às condições atuais de produção, que envolvem não só eventuais falta de insumos mas também a redução da velocidade das linhas por causa das medidas de distanciamento social impostas pela pandemia da Covid-19.

Na segunda-feira, 7, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, disse em entrevista ao AutoIndústria que a falta de peças e insumos pode afetar planejamentos anteriores de concessão de férias coletivas neste final de ano.

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Montadoras podem parar por falta de insumos e peças

“A princípio todas estavam pensando em parar, mas diante dos atuais problemas tem havido um acompanhamento diário da produção para decidir exatamente o que fazer. Pode ser que tenha montadora que programou férias e decida suspendê-la para melhorar o abastecimento do mercado. E pode acontecer o contrário, ou seja, optar pelas férias que não estavam previstas por causa da falta de componentes e insumos”.

Três montadoras dentre algumas consultadas pelo AutoIndústria confirmaram a concessão de férias coletivas neste final de ano. A Toyota do Brasil informa que, conforme acordado com os respectivos sindicatos e demais envolvidos, a produção das plantas de São Bernardo do Campo, Indaiatuba, Porto Feliz e Sorocaba, todas em São Paulo, terão férias coletivas a partir de 21 de dezembro. Com exceção de Sorocaba, que retorna no dia 12 de janeiro, as demais voltam a operar dia 11.

A Nissan dará férias coletivas para seus funcionários durante um período de 15 dias, começando no próximo dia 21. A General Motors confirmou a paralisação, mas limitou-se a dizer que a programação de férias coletivas varia em cada fábrica, “podendo ser igual ou menor em relação a 2019”.


Colaborou Décio Costa


Foto: Divulgação/VWCO

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Publicado por
Alzira Rodrigues

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