Indústria

Saída da Ford é alerta para o País, dizem Fiesp e Anfavea

Entidades falam sobre a necessidade de o governo adotar medidas que reduzam o Custo Brasil

Ao lamentarem a decisão da Ford de abandonar suas operações produtivas no Brasil, a Anfavea e a Fiesp, Federação das Indústria no Estado de São Paulo, emitiram nota alertando para a necessidade de serem implementadas no País medidas que reduzam o Custo Brasil, a fim de melhorar a competitividade dos produtos brasileiros.

“A Anfavea não vai comentar sobre o tema. Trata-se de uma decisão estratégica global de uma das nossas associadas. Respeitamos e lamentamos”, informou a entidade na segunda-feira, 11, logo após a Ford oficializar sua decisão. Mas complementou: “Isso, no entanto, corrobora o que a entidade vem alertando há mais de um ano, sobre a ociosidade da indústria (local e global) e a falta de medidas que reduzam o Custo Brasil.”

Nessa mesma linha caminhou a nota emitida nesta terça-feira, 12, pela Fiesp: “A decisão da Ford de fechar suas fábricas no Brasil, depois de mais de 100 anos de atividade, é uma triste notícia para o País e um movimento que tem de ser olhado com atenção. A Fiesp tem alertado sobre a necessidade de se implementar uma agenda que reduza o Custo Brasil, melhore o ambiente de negócios e aumente a competitividade dos produtos brasileiros. Isso não é apenas discurso. É a realidade enfrentada pelas empresas”.

A entidade paulista também comentou sobre a alta carga tributária brasileira, que faz diferença na hora da tomada de decisões:

“O custo de cada automóvel produzido aqui, por exemplo, dobra apenas por conta dos impostos – e ainda há governantes que pensam no absurdo de aumentar tributos, como no caso da inacreditável alta do ICMS em São Paulo. Precisamos urgentemente fazer as reformas estruturais, baixar impostos e melhorar a competitividade da nossa economia para atrair investimentos e gerar os empregos de que o Brasil tanto precisa”.

Em seu comunicado oficial, a Ford destacou, dentre outros fatores, “o ambiente econômico desfavorável e a pressão adicional causada pela pandemia” para justificar a decisão de suspender suas atividades produtivas no Brasil.

Nesta terça-feira, 12, a empresa preferiu não comentar declarações feitas pelo presidente da República, na parte da manhã, de que a montadora faltou com a verdade ao não informar que queria a renovação de subsídios para continuar no País.

“Na verdade, eles tiveram subsídios nossos, ao longo dos anos, de R$ 20 bilhões”, comentou Jair Bolsonaro ao conversar com apoiadores. “Queriam renovar subsídios para fazer carro para vender. Agora, tem a concorrência também aí, chinesa, entre outras. Lamento 5 mil empregos perdidos, mas a imprensa não fala que, em novembro, nós criamos 414 mil empregos. Então, perdemos 5 mil agora, repito: lamento. Mas o que a Ford quer? Faltou a Ford dizer a verdade, né? Querem subsídios. Vocês querem que continue dando R$ 20 bilhões pra eles como fizeram nos últimos anos? Dinheiro de vocês, de impostos de vocês para fabricar carro aqui? Não. Perdeu a concorrência, lamento.”


 

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Publicado por
Alzira Rodrigues

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