Fenabrave aponta desempenho das commodities e oferta de crédito como motores que preservam a demanda aquecida
O ritmo de vendas de caminhões começou o ano um pouco mais animado do que aquele observado há doze meses, como mostra o primeiro balanço do exercício de 2021 divulgado pela Fenabrave, na terça-feira, 2, com base nos dados do Renavam. No mês passado, os emplacamentos no segmento somaram mais de 7,2 mil unidades, volume 1,1% superior registrado no mês do ano passado, quando os emplacamentos chegaram a pouco mais de 7,1 mil caminhões.
As entregas, no entanto, arrefeceram em relação ao desempenho que o mercado vinha apresentado no fim do ano passado. Entre dezembro e janeiro, os licenciamentos recuaram 24,6%, o que se traduziu em 2,3 mil caminhões a menos.
Segundo a Fenabrave, ao mesmo tempo em que a indústria de caminhões encara momento difícil, praticamente sem estoque para atender à demanda, o transporte de commodities e a liquidez de recursos para financiamentos preservam os negócios em alta.
“Os caminhões, como os demais segmentos, vêm enfrentando a escassez de peças e componentes, como pneus, que limitam a oferta. Observamos que a demanda permanece aquecida, tanto pelos resultados das commodities, quanto pela boa oferta de crédito”, avaliou em nota Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave. “Já se trabalha com a programação de entrega de alguns modelos para o mês de junho.”
Ônibus – Mas enquanto as vendas de caminhões iniciam trajetória ascendente, o mercado de ônibus segue em forte retração. “O segmento foi o mais atingido pelos efeitos da pandemia. As restrições de circulação e cancelamento de viagens afetaram muito as empresas do setor, desmotivando a compra de novas unidades”, observou Assumpção Júnior.
Em janeiro, os licenciamentos de ônibus chegaram a pouco mais de 1,3 mil unidades, quedas de 38,6% em relação ao desempenho do mesmo mês do ano passado, de 2,1 mil emplacamentos, de 14,6% no confronto com dezembro de 2020, quando registrou 1,5 mil ônibus negociados.
Com as vendas de ônibus em declínio, o mercado total de pesados encerra o primeiro mês em baixa de 8%. Foram 8,5 mil caminhões e ônibus emplacados em janeiro ante 9,3 mil unidades de um ano atrás.
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