Segmento terá taxação de 50%, enquanto pneus de passeio recolherão 25%

A indústria brasileira de pneus iniciou o segundo semestre com mais um grande problema para administrar e que pode impactar em boa medida a produção local. Mantido o cronograma estipulado pelo governo dos Estados Unidos, a partir desta quarta-feira, 6, pneus brasileiros exportados para os segmentos agrícola, de carga e motocicletas começarão a recolher tarifa adicional que, somada à emergencial, totalizará 50%.
“As tarifas de 50% e 25% impostas pelo governo dos Estados Unidos trazem grande preocupação”, diz Rodrigo Navarro, CEO da Anip, Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos. “Desde 2020 já temos convivido com o crescimento das importações, muitas vezes com valores abaixo do custo, afetando duramente a indústria no País, empregos, investimentos e reduzindo a compra de matérias-primas locais”, destaca.
“As tarifas trazem prejuízos para os dois mercados e afetam as empresas do setor, em especial as que investiram em linhas de produção no Brasil exclusivamente para exportação para os Estados Unidos”, destaca o dirigente.
De janeiro a junho, as exportações representaram 22% das vendas da indústria brasileira, cerca de 5,5 milhões de unidades. Só os Estados Unidos consumiram 1,9 milhão, 35,3%. A participação é ligeiramente maior do que ao longo do ano passado, quando o Brasil embarcou 9,8 milhões de pneus — 20% do total das vendas do setor —, com 33,2%, 3,2 milhões de unidades, seguindo para lá.
Problema ainda maior seria se os produtos destinados a carros de passeio, responsáveis pela maioria dos embarques, também tivessem alíquota majorada. Eles permanecem com a taxação de 25% praticada desde maio — 10% antes disso —, enquanto os pneus de aeronaves (não fabricados no Brasil) passaram a ter tarifa adicional de 10%.
No primeiro sementre, os pneus para carros somaram 4,22 milhões de unidades exportadas, 1,45 milhão ou 34% para o mercado estadunidense. Para o segmento de carga foram embarcados 1,32 milhão de pneus, sendo 502,8 mil, ou 38%, para os Estados Unidos.
As exportações de pneus agrícolas acumularam 54,5 mil unidades no primeiro semestre deste ano, mas somente 1% para o país da América do Norte, que comprou 63,7 mil pneus de motos, apenas 8% das mais de 751 mil unidades vendidas pelo Brasil no mercado externo.
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“Os volumes de exportações equivalem à produção de uma fábrica de médio porte”, calcula Navarro, que defende a continuidade do diálogo do governo e setores privados brasileiros com os pares estadunidenses. “Vamos continuar com os esforços junto aos interlocutores-chave envolvidos nesse tema, incluindo governo federal, estaduais e outras entidades setoriais.”
A Anip lembra que São Paulo é o estado mais afetado pelas medidas tarifárias promovidas pelo governo Trump. No ano passado, saíram de nove fábricas paulistas 49,4% do total dos pneus produzidos para exportação. Este ano, o índice subiu para 52,7%. Com três fábricas, a Bahia é o segundo estado que mais exporta pneus: 24,3% do total no ano passado e 21,9% em 2025.
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