Empresa poderá desmontar até 8 mil veículos por ano

A Stellantis inaugurou nesta quinta-feira, em Osasco, SP, seu primeiro Centro de Desmontagem Veicular Circular de Autopeças. É a primeira iniciativa desse tipo bancado por uma montadora na América do Sul.
A fabricante dos veículos Fiat, Jeep, RAM, Citroën e Peugeot desembolsou R$ 13 milhões no projeto capaz de desmontar cerca de 8 mil veículos a cada ano e permitir que a maior parte das peças e componentes retornem ao mercado consumidor com garantia de qualidade e procedência ou tenham destinação final adequada.
A operação, calcula a Stellantis, poderá evitar a emissão de cerca de 30 mil toneladas de CO₂ anualmente e, importante lembrae, auxiliará a montadora a atender as demandas de sustentabilidade e reciclabidade do Programa Mover do governo federal.
A “matéria-prima” desse novo braço de negócio da montadora, cujo nome é Circular Autopeças, são veículos de qualquer marca e tipo sinistrados ou em fim de vida, comprados em leilões, de seguradoras ou frotistas.
Antes de serem desmontados, os carros precisam ser descontaminados, ou seja, ter fluídos, óleos e combustíveis retirados e destinados adequadamente ou reutilizados em outros processos e outros produtos, assim como o aço, plástico, ferro e cobre presentes nas peças consideradas inservíveis, na carroçaria, motor e acabamentos.
Peças consideradas em bom estado pelos técnicos são classificadas como de reuso — aptas a serem vendidas no estado em que se encontram — ou passíveis de remanufatura. Nos dois casos têm a origem identificada e obedecem critérios de rastreabilidade e segurança do Detran de São Paulo, o que garante qualidade e procedência certificadas.
“Temos destinação correta para 100% dos materiais dos veículos desmontados. Os materiais são separados por tipo e encaminhados para os diversos fornecedores parceiros da Stellantis”, explica Paulo Solti, vice-presidente de Peças e Serviços para a América do Sul.
A Circular Autopeças já desmontou 150 carros em período piloto e agora, com mais de 10 mil itens em estoque, se lança ao mercado por meio de loja física localizada no próprio centro de desmontagem, mas sobretudo por meio de canais online, como um futuro e-commerce próprio e presença já no Mercado Livre.
“Temos destinação correta para 100% dos materiais dos veículos desmontados. Os materiais são separados por tipo e encaminhados para os diversos fornecedores parceiros da Stellantis”, explica Paulo Solti, vice-presidente de Peças e Serviços
para a América do Sul.
Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis na América do Sul, não descarta acriação de outras unidades de desmonte no Brasil. “Vamos acompanhar a experiência em Osasco e o avanço do mercado para avaliarmos”, disse o executivo.
O mercado potencial existe e é estimado pelo executivo em algo próximo de R$ 2 bilhões anuais. Segundo a montadora, a cada ano perto de 2 milhões de veículos, por vários motivos, saem de circulam no Brasil, mas somente de 1,5% a 2% são reciclados.
→ Renova Ecopeças comprova viabilidade da reciclagem responsável de autopeças
Na Europa, onde existe inspeção veicular, o índice em alguns países supera os 90%. No Japão é da ordem de 95% e o custo do processo de reciclagem está embutido no preço do carro novo. Ou seja, o consumidor já paga pelo desmonte e reciclagem ao fim da vida útil do seu veículo.
A planta industrial da Circular Autopeças conta com mais de 6o funcionários e chegará a 150 postos de trabalho até 2027. Integra o programa de Economia Cicular desenvolvido pela montadora e que já conta com o Centro de Recondicionamento de Veículos em Betim, MG, e a linha de peças originais remanufaturas.
Renova ampliará capacidade
Empresa de reciclagem de veículos do Grupo Porto e pioneira dessa atividade no País, a Renova Ecopeças também está ampliando fisicamente sua planta industrial localizada na Zona Oeste de São Paulo e que dispõe de 25 mil itens em estoque.
Segundo Daniel Morroni, diretor da Porto Serviço, a empresa, que tem já desmontou até julho mais de 3 mil veículos e deve encerrar o ano com cerca de 4,2 mil desmontes, o limite de sua capacidade atual.
A ampliação da planta inaugurada há mais de uma década e que tem 80 funcionários visa dobrar essa capacidade para atender o crescimento orgânico da demanda do segmento de autopeças e também estimulada por empresas que pretendem atender as normativas do Plano Mover do governo federal.
Foto: Divulgação
Montadora promove outras três alterações em sua estrutura diretiva
Apesar de preverem mercado estável, executivos confirmam lançamentos com novas tecnologias
Foram mais de 6,6 milhões de transações entre automóveis, comerciais leves e pesados e motos
Único segmento com queda na venda de novas cotas foi o de pesados, justamente o…
Multas ainda são volumosas pela falta de uso; Ford, Renault e VW sinalizam os lançamentos…
Pela primeira vez, nos 88 anos de sua história, fabricante fecha uma unidade fabril na…