Indústria

Autopeças desaceleram negócios na reposição e exportação

Em agosto houve quedas de, respectivamente, 13,8% e 10,9% em relação ao mesmo mês de 2024

O Sindipeças atualizou os dados da pesquisa conjuntural que realiza mensalmente junto a 63 fabricantes de autopeças de todos os portes, instalados em diferentes regiões do País. Os números no acumulado até agosto mostram desaceleração no crescimento nas áreas de reposição e exportações.

A entidade informa que agosto foi um mês relativamente mais fraco para o setor, com retração de 3,9% no faturamento sobre julho e apenas uma leve alta de 2,1% na comparação com idêntico mês de 2024, sustentada unicamente pelas vendas para montadoras.

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No acumulado do ano os números ainda são positivos, com alta nominal de 10,9% e crescimento real de 7,6%. Mas o índice de expansão interanual vem caindo nos últimos meses. Em relação a julho, todos os canais de venda apresentaram variações negativas em agosto, indicando piora generalizada.

“E na comparação com agosto do ano anterior, apenas as vendas para montadoras permaneceram positivas, o que pode ser reflexo, em parte, da institucionalização do IPI Verde”, avalia o Sindipeças.

O destaque negativo é o mercado de reposição, que vem apresentando perda de fôlego no crescimento do ano desde junho, limitando-se a uma alta de apenas 2,2% no acumulado dos oito meses.

Em  agosto, por exemplo, verificou-se queda de 13,8% nos negócios relativos ao aftermarket em relação a idêntico mês de 2024, tendência observada tanto na linha de veículos leves quanto na de pesados.

As exportações também vêm registrando piora mês a mês, com queda de 8,2% na variação mensal e de 10,9% na interanual. O resultado reflete, em parte – admite o Sindipeças -, a perda de dinamismo provocada pela sobretaxa imposta pelo governo Trump.

A Argentina, que vinha com vendas em alta, passou a ter maiores riscos.

“Os conflitos políticos recentes no país vizinho e a derrota eleitoral do governo na Província de Buenos Aires trouxeram incertezas quanto à continuidade da estratégia econômica, levando investidores a enxergar limites para a política adotada, mesmo com o declarado apoio do governo americano”, complementa o relatório da entidade das autopeças.

Nesse contexto todo, a ociosidade subiu em agosto frente ao mês anterior (0,5 p.p.), “o que reforça a mencionada desaceleração da atividade no setor, diante da queda na demanda interna e externa e do ajuste de produção realizado pelas empresas para conter estoques”.

Quanto ao emprego, houve queda na passagem de julho para agosto (-0,2%), mas crescimento de 3,2% na comparação interanual.


Foto: Divulgação

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Publicado por
Alzira Rodrigues

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