Cássio Pagliarini, da Bright Consulting, aborda o papel estratégico dos biocombustíveis e da eletrificação acessível

Às vésperas da COP-30, que será sediada em Belém do Pará, o Brasil chega com resultados concretos e consistentes na agenda de descarbonização do setor automotivo. Em pouco mais de uma década, o país avançou significativamente na redução das emissões de CO₂, impulsionado por regulação inteligente, políticas industriais estruturadas e investimentos em inovação. Essa combinação tem permitido uma transição equilibrada — capaz de alinhar competitividade, eficiência e sustentabilidade.
Evolução regulatória e tecnológica
A trajetória iniciada com o Inovar-Auto e aprimorada pelos programas Rota 2030 e Mover (Mobilidade Verde e Inovação) consolidou um modelo de governança para a mobilidade sustentável no Brasil. O foco evoluiu de metas de eficiência energética para uma abordagem integrada de descarbonização, segurança, reciclabilidade e inovação tecnológica.
Os resultados são expressivos: desde o início dos programas de monitoramento, os veículos nacionais registraram melhoria de 21% em eficiência energética, com potencial adicional de 12% até 2027, conforme as metas do Mover. Esse desempenho reforça a capacidade da indústria brasileira de adaptar-se rapidamente às transformações globais e de competir em padrões internacionais de sustentabilidade.
O papel estratégico dos biocombustíveis e da eletrificação acessível
O Brasil também tem se destacado pela construção de um ecossistema automotivo diversificado, que combina biocombustíveis de baixa emissão, como etanol e biodiesel, com novas tecnologias de eletrificação. Modelos híbridos flex e soluções de mobilidade elétrica acessíveis tornaram-se alternativas viáveis, refletindo o potencial da matriz energética nacional e a maturidade tecnológica do setor.
Essa integração entre biocombustíveis e eletrificação é uma vantagem competitiva singular, que permite ao país avançar na descarbonização sem comprometer o desenvolvimento econômico — um diferencial relevante em um cenário global cada vez mais pressionado por metas climáticas ambiciosas.
Compromissos e perspectivas
A atualização da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) brasileira prevê redução de emissões entre 59% e 67% até 2035 (base 2005) e neutralidade climática até 2050. Esses compromissos reforçam o alinhamento entre a política industrial e os objetivos do Acordo de Paris, demonstrando que a sustentabilidade pode ser motor de inovação e competitividade.
O desempenho do setor automotivo é um dos principais exemplos de como políticas públicas, ciência e indústria podem convergir para resultados concretos — e de como o Brasil pode ocupar posição de liderança na transição para uma economia de baixo carbono.
A contribuição da Bright Consulting
Na Bright Consulting, atuamos como parceiros estratégicos da transformação do setor automotivo brasileiro. Nosso trabalho envolve apoiar montadoras, fornecedores e formuladores de políticas públicas na implementação de estratégias de descarbonização, eletromobilidade e economia circular, conectando objetivos climáticos a resultados de negócio.
Acreditamos que a COP-30 representa uma oportunidade singular para consolidar o protagonismo brasileiro na mobilidade sustentável. O país tem condições únicas para demonstrar, em escala global, que desenvolvimento e responsabilidade climática podem caminhar juntos — e que o futuro da descarbonização, de fato, fala português.
Por Cássio Pagliarini, da Bright Consulting
Foto: Divulgação/New Holland
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