Indústria

Produção de veículos desacelera e frustra projeção da Anfavea

Com queda em novembro e total de 2,46 milhões de unidades até agora, alta no ano é de apenas 4,1%

A produção de 219 mil veículos em novembro, com queda de 8,2% sobre o mesmo mês de 2024, gerou um acumulado no ano de 2,46 milhões de unidades, o que representou alta de apenas 4,1% sobre total de 2,36 milhões em idêntico período do ano passado.

Ao divulgar os números, o presidente da Anfavea, Igor Calvet, admitiu que a projeção de crescimento de 7,8% “muito provavelmente” não vai se realizar. Na sua avaliação, os juros altos são o principal inibidor das vendas internas e, consequente, da produção.

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O arrefecimento da demanda e da oferta atinge tanto veículos leves como pesados.  Nos dois casos houve recuo em novembro sobre outubro, o que é atribuído a menos dias úteis — 19 contra 23. Mas também teve queda sobre igual mês do ano passado, sinal claro de desaceleração do mercado.

No acumulado do ano, as vendas de veículos cresceram apenas 1,4%, totalizando 410,2 mil unidades. A projeção da Anfavea era de alta de 5%, índice impossível de se atingir agora. “Para o mercado chegar ao que projetamos seria necessário um crescimento em dezembro deste ano sobre o mesmo mês de 2024 da ordem de 38%”, comentou Calvet.

A média diária de vendas no mês passado foi a maior de 2025, da ordem de 12,6 mil veículos. Contudo, representou recuo de 5,3% no comparativo interanual.

A produção só não é menor este ano graças às exportações, que tiveram queda em novembro de 12% mas acumulam elevação no ano de 39%, com 510 mil unidades embarcadas.

Com relação a 2026, Calvet disse acreditar que haverá redução nas importações, que este ano cresceram 7,2%, para 413,9 mil unidades. Na sua avaliação, os investimentos dos importadores em produção local, iniciados este ano peça GWM e Byd, devem contribuir para uma oferta de produtos locais maior.

Sobre as cotas de importação de CKD e SKD com alíquota zero, que se encerram no final de janeiro, o presidente da Anfavea disse acreditar que o governo não prorrogará tal medida. “Se houve qualquer discussão, vai ser só no início do próximo ano. Mas acreditamos que o governo manterá o acertado em julho”.

Calvet também falou sobre a crise de abastecimento de chips, que estava em seu auge há um mês por conta da decisão da China de suspender as exportações do componente.

“A partir de uma acerto entre o governo brasileiro e o chinês houve retomada do fornecimento, mas ainda de forma gradual. Não estamos vivendo crise igual à de um mês atrás mas o fornecimento ainda não está de todo normal”, complementou.

 


 

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Publicado por
Alzira Rodrigues

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