Consultoria projeta somente 295 mil veículos vendidos de abril a junho

Se o mercado interno perdeu fôlego nos primeiros três meses do ano, naturalmente o quadro será bem mais complexo após o segundo trimestre. Projeção da Bright Consulting indica que de abril a junho, período já integralmente sob as medidas de isolamento social para o combate à Covid-19, apenas pouco mais de 295 mil veículos serão negociados no Brasil, cerca de 45% do resultado registrado no segundo trimestre do ano passado, quando chegaram às ruas 669 mil automóveis e comerciais leves.
Ao longo de 2020, calcula a consultoria, devem ser vendidos 2,15 milhões de veículos no País, para produção local de 2,2 milhões de unidades. Uma recuperação importante é calculada para 2021, quando poderão chegar às ruas 2,4 milhões de unidades e 2,45 milhões produzidas, assim como para 2022, com projeções de 2,6 milhões de veículos vendidos e produção de 2,64 milhões.
LEIA MAIS
→Mercado de automóveis retrocede 14 anos
→ Com 51,4 mil unidades, mercado de automóveis cai 77,7% em abril
Bom lembrar: em 2019, ainda longe dos melhores anos da indústria, os brasileiros consumiram 2,66 milhões de veículos e a indústria local fabricou 2,8 milhões. Ou seja, na melhor das hipóteses, o país retornará a esses níveis somente em 2023, a se confirmarem as projeções da Bright.
“Os efeitos da crise, que perdurarão após a volta da livre circulação das pessoas e veículos, farão parte da gestão diária dos executivos do setor automotivo por longo tempo. As consequências na indústria automobilística serão multifacetadas e permanentes, a ponto de a reorganização do setor ser uma nova história a ser contada”, assinala a consultoria.
A Bright lembra que as montadoras já sinalizam com novos produtos e prazos de lançamento, “ajustados à nova realidade mais lenta e de menor volume” e que a confiança do consumidor necessária para a compra de um automóvel “evaporou” com a descapitalização das famílias.
Paralelamente, acredita que os veículos usados, transformados em caixa para pagar despesas, terão seus preços rebaixados, as montadoras trabalharão a venda dos estoques existentes, “sem loucuras” — já não se encontram mais oferta de taxa zero, exemplifica — e as vendas corporativas tendem a cair nos próximos meses, como para locadoras, que estão com seus pátios cheios devido à demanda menor e menos rodados do que o habiltual.
A tempestade perfeita se completa com pressão de preços dos usados reverberarando nos valores praticados para os veículos zero, exatamente quando, afirma a Bright, as montadoras necessitam repassar em torno de 12% de aumento de custo devido à drástica valorização do dólar, base para commodities e conteúdo importado dos veículos.
Foto: Divulgação
Montadora promove outras três alterações em sua estrutura diretiva
Apesar de preverem mercado estável, executivos confirmam lançamentos com novas tecnologias
Foram mais de 6,6 milhões de transações entre automóveis, comerciais leves e pesados e motos
Único segmento com queda na venda de novas cotas foi o de pesados, justamente o…
Multas ainda são volumosas pela falta de uso; Ford, Renault e VW sinalizam os lançamentos…
Pela primeira vez, nos 88 anos de sua história, fabricante fecha uma unidade fabril na…