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Dieese mostra perda de R$ 3 bilhões em arrecadação com o fim da Ford

Estimativa contempla tributos e contribuições que deixam de ser recolhidos. Desemprego atingirá mais de 118 mil trabalhadores.

 Com o fechamento das fábricas de Camaçari, BA, Taubaté, SP, e da Troller no Ceará, a Ford deixará de arrecadar em tributos e contribuições perto de R$ 3 bilhões por ano, além de provocar a demissão de mais de 118 mil empregados considerando toda a cadeia envolvida nos negócios da montadora.

Os dados constam de estudo realizado pelo Dieese, Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, publicado nesta segunda-feira, 18, no site do Sindmetau, Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté. O material detalha os reflexos negativos na economia gerados pela decisão da montadora de suspender a produção de veículos, motores e transmissões no Brasil, conforme anúncio feito na segunda-feira passada, 11.

A empresa decidiu manter por aqui apenas a sede administrativa da América do Sul no Brasil, o Centro de Desenvolvimento de Produto e o Campo de Provas. A perda salarial gerada pelo fim das operações da Ford é estimada pelo Dieese em R$ 2,5 bilhões, envolvendo o fechamento de 118.864 postos de trabalho diretos e indiretos.

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Segundo a instituição, a Ford possui 4.604 trabalhadores diretos na unidade de Camaçari, 830 em Taubaté e 470 na fábrica dos jipes Troller em Horizonte, CE. O número total de trabalhadores diretos é de 6.171, sendo que 5.000 serão demitidos.

O estudo do Disse aponta, ainda, que a cada R$ 1,00 gasto na indústria automobilística, é acrescido R$ 1,40 no ‘valor adicionado na economia. Dentre outros dados, a instituição lembra que a Ford foi a primeira indústria automobilística a ter operações no Brasil, em 1919, e que chegou a ser a maior empregadora do setor em 1980, com 21.800 trabalhadores e uma produção nacional de 165.500 unidades/ano. O quadro de funcionários baixou para 17.578 trabalhadores em 1990 e para 9.153 em 1999.

Em 2020 a Ford licenciou 139.897 veículos, sendo 119. 454 automóveis, 19.864 comerciais leves e 579 caminhões, o que representou 6,8% do total de veículos licenciados no Brasil. Deste total, 84% foram produzidos nas fábricas brasileiras (consultoria Bright).

Ainda segundo o estudo do Dieese, o setor automotivo chegou a ter 159.648 trabalhadores diretamente vinculados às montadoras em outubro de 2013, sendo 137.775 na produção de veículos e 21.873 em máquinas agrícolas e rodoviárias. Pelos dados da Anfavea, fechou dezembro de 2020 com 120.538 trabalhadores diretos (-24,5% em relação àquele ano), sendo 104.428 no segmento de veículos e 17.740 no de máquinas.


Foto: Divulgação/Sindmetau

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Redação AutoIndústria

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