Presidente da Abraciclo teme pela redução das vendas para os Estados Unidos e pela alta dos custos de insumos vindos de lá

Com exportações em alta de 18,5% este ano, com total de 18,6 mil unidades no primeiro semestre ante as 15,7 mil do mesmo período de 2024, a indústria brasileira de motos está preocupada com o novo tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que promete cobrar alíquota de 50% sobre produtos brasileiros a partir do próximo dia 1º de agosto.
O presidente da Abraciclo, Marcos Bento, informa que o mercado estadunidense é o terceiro maior nos negócios externos do setor. Foram exportadas para lá 3,4 mil motos de janeiro a junho, alta de 3% sobre as 3,3 mil dos primeiros seis meses do ano passado.
“A medida de Trump é recente, mas nos causa preocupação tanto em relação às exportações, que envolvem volumes relevantes, como também no que diz respeito às importações de insumos dos Estados Unidos caso haja uma contrapartida do governo brasileiro”, comentou Bento.
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O executivo diz que, com certeza, as montadoras já estão fazendo estudos de impacto tanto nas vendas externas como nos custos de produção no PIM, Polo Industrial de Manaus.
A Abraciclo divulgou balanço semestral nesta sexta-feira, 11, comemorando números positivos não só nas exportações como também na produção e mercado interno. Um dado importante destacado pelo presidente da entidade é o aumento de 1,4 mil vagas no setor de duas rodas instalado na capital manauense, que passou de 18,6 mil para 20 mil postos de trabalho.
A indústria brasileira produziu um total de 1.000.749 motos no primeiro semestre de 2025, volume 15,3% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior. Foi o melhor desempenho para os primeiros seis meses do ano nos últimos 14 anos.
Em junho foram produzidas 154.113 motocicletas, um crescimento de 45% em relação ao mesmo mês do ano passado e queda de 10,7% quando comparado a maio.
“O setor segue operando em plena capacidade para atender à demanda consistente do mercado, tanto para uso como meio de transporte, quanto como ferramenta de trabalho para milhões de brasileiros”, comentou Bento.
Ele diz que as boas expectativas da indústria seguem para o segundo semestre, “mas é preciso atenção diante do cenário macroeconômico, especialmente em relação aos juros e à inflação, e as questões externas”.
Segundo a Abraciclo, as vendas no varejo registraram o melhor desempenho da história tanto para um primeiro semestre quanto para o mês de junho. Nos seis primeiros meses do ano foram emplacadas 1.029.546 motocicletas, o que representa uma alta de 10,3% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Em junho, os emplacamentos totalizaram 179.407 unidades, alta de 8,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado e retração de 7,2% em relação a maio. Com 20 dias úteis, a média diária de vendas foi de 8.970 motocicletas.
Com relação às exportações, o principal mercado do Brasil é a Argentina , que comprou 7,7 mil motos no primeiro semestre, alta de 57,1% no comparativo interanual. A Colômbia vem na sequência, com a aquisição de 4,1 mil unidades, expansão de 70,8%.
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