Indústria

Brasil negocia com a China compra de chips para o setor automotivo

Após reunião com executivos da Anfavea e Sindipeças, secretário do MDIC informou que montadoras podem parar em duas ou três semanas

O governo brasileiro já está negociando com a China a garantia de compra de chips no país asiático para abastecer sistemistas e montadoras aqui instaladas, que enfrentam risco de paralisar produção por falta De semicondutores em suas linhas de veículos flex.

O anúncio foi feito pelo secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços, Uallace Moreira, após reunião do ministro Geraldo Alckmin com representantes da Anfavea, Sindipeças, da Bosch e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista.

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“O ministro já ligou para o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, e o do Brasil na China, Marcos Bezerra Abbott Galvão, para iniciar tratativas no sentido de os chips lá produzidos serem adquiridos pelos sistemistas aqui instaladOs”, informou Ualace, revelando que se não houver esse abastecimento há risco de montadoras pararem daqui duas ou no máximo três semanas.

O secretário lembrou que o problema, de natureza geopolítica, começou com a intervenção do governo holandês em uma empresa chinesa que opera na Holanda e detém 40% do mercado mundial de chips essenciais para carros flex. Em reação, o governo chinês suspendeu a exportação de semicondutores produzidos na fábrica localizada na China, o que também ameaça a indústria brasileira.

“O governo brasileiro buscará diálogo no sentido de mostrar que o País está fora de todo esse conflito. O embaixador da China no Brasil já se comprometeu a conversar com as autoridades chinesas sobre o assunto”, comentou Uallace.

Segundo o secretário, já há oferta de chips no Brasil para a indústria de eletroeletrônicos, mas no caso do setor automotivo os semicondutores ainda vêm todos da Ásia. “Nossa preocupação é com os empregos gerados pelas montadoras e toda a cadeia de fornecedores.”

No início da noite, o MDIC emitiu nota informando que, segundo Alckmin, o embaixador da China no Brasil se comprometeu a levar a demanda ao governo chinês e o embaixador do Brasil na China afirmou que pode buscar diálogo por meio da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), da qual é presidente, “para encontrar soluções favoráveis ao Brasil diante dessa crise internacional de semicondutores para veículos”.


Foto: Divulgação/MDIC

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Publicado por
Alzira Rodrigues

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