Novo presidente admite que velocidade da demanda foi maior que a esperada e diz que em 5 anos os veículos a combustão serão minoria

Em sua primeira entrevista após assumir o cargo de presidente da Stellantis para a América do Sul, o brasileiro Herlander Zola abordou temas variados, desde a escassez de chips que afeta o setor atualmente até os projetos de eletrificação da marca e a chegada da Leapmotor no Brasil.
Lembrou que no ano que vem o grupo lança um carro totalmente novo da Fiat e que nova marca será incorporada na fábrica de Goiana, PE. Sem revelar maiores detalhes desses dois projetos, garantiu que o processo de eletrificação das linhas dos produtos de todas as marcas do grupo será intensificado a partir de 2026.
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Ele admitiu que a velocidade da busca por modelos híbridos no mercado brasileiro foi maior do que a esperada, o que acabou por afetar a marca Jeep, por exemplo, que atua no segmento de SUVs, o mais visado pelas marcas de eletrificados chineses que chegaram por aqui.
“Vamos ter soluções de hibridização em todas as vertentes e em todas as nossas fábricas. Vamos ter avanços importantes nos próximos meses e vamos evoluir bastante em 2026”, comentou Zola, ao garantir a aceleração do processo de eletrificação do grupo na região, contemplado em parte no investimento de R$ 32 bilhão na região.
Ele disse que a Leapmotor, marca chinesa do grupo que estreia no Brasil esta semana, é a primeira resposta nesse sentido de intensificar a eletrificação, que deve envolver mais híbridos do que elétricos.
“Sabemos da importância da localização e vou me empenhar pessoalmente para termos produção da marca aqui. Não há uma decisão tomada, mas estamos estudando com intensidade”, comentou, dizendo que no caso da Leapmotor será uma subida de escada, não de elevador.
Zola vislumbra que os eletrificados vão superar os veículos a combustão no País em um cenário de cinco anos, tanto em termos do mercado como um todo como também no da Stellantis.
No contexto geral, Zola fez questão de mostrar quadro com vendas de 2019 a 2024 (veja abaixo), período durante o qual as marcas chinesas passaram de 0% para 10% de participação no mercado brasileiro.
A Stellantis ampliou market share de 20,4% para 29,5%, enquanto outras marcas perderam, caso da General Motors , que recuou de 15,6% para 10,6%.
“Se alguém ganha, alguém perde. Nós ganhamos, o que mostra que estamos no caminho certo. E queremos seguir assim. O importante é ter capacidade de produzir o que vende e não vender o que produz. Isso melhora nosso resultado financeiro. Já vendemos 800 mil veículos este ano na América do Sul e queremos superar 1 milhão este ano”.
Segundo Zola, o desempenho positivo da Stellantis na região tem tudo a ver com a autonomia da empresa por aqui. “Com autonomia cada vez maior, garantimos maior agilidade em decisões importantes e fundamentais para garantirmos competitividade”.
O executivo fez questão de enfatizar que a palavra de ordem no grupo é nunca entrar numa zona de conforto. “O fato de sermos líder não pode levar a isso”.
Com relação a 2026, disse ser um ano de difícil leitura por causa das eleições no País. Ele acredita que haverá crescimento nas vendas, na faixa de 2% e a 3%. Um índice similar ao deste ano, visto que a expectativa é da alta de 3% a 4%, com mais tendência para 3%, segundo Zola.
Foto: Divulgação/Stellantis
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