Ricardo Bastos fala dos planos locais, da busca de fornecedores e de 12 lançamentos previstos para 2026

Apesar de ter optado pelo sistema de trazer peça por peça da China, a GWM decidiu usufruir da cota do Imposto de Importação zero para operações CKD e SKD anunciada pelo MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços/Secretaria de Comércio Exterior, em julho passado.
Ricardo Bastos, diretor de Assuntos Institucionais da GWM, informou que a empresa foi beneficiada com cota de 4 mil unidades CKD (completamente desmontadas) do híbrido Haval H6 sem pagamento de II.
A montadora também poderia utilizar cota para modelos elétricos, mas por enquanto sua montagem local de eletrificados limita-se ao SUV híbrido em versões PHE e PHEV.
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“As cotas são apenas para híbridos e elétricos e agora, no final de novembro, o governo fará o levantamento de quem utilizou ou não os volumes previstos com imposto zerado e vai repassar os que não foram utilizados, caso da nossa parte em modelos 100% elétricos”, explicou o executivo.
A GWM já tem estocado um lote de Haval H6 feitos em sua fábrica de Iracemápolis, SP, e agora está montando a picape Poer P30 e o SUV Haval H9, ambos com motor a combustão. A ideia é ter estoque dos três modelos para abastecer a rede na virada do ano e, assim, parar de importar todos eles em 2026.
Durante a apresentação do novo Kaval H6 na semana passada no aeroporto Catarina, em São Roque, SP, a empresa revelou plano de lançar 12 modelos no ano que vem, entre versões e produtos destinados a segmentos nas quais a marca ainda não atua.
“Entre eles teremos novidade em modelo 100% elétrico”, adiantou o diretor de Assuntos Institucionais.
Operações locais
Segundo Bastos, a empresa segue operando com a importação “peça a peça” que permite usufruir do regime ex-tarifario, que beneficia componentes sem produção local. Em paralelo a isso, continua fazendo contatos com fornecedores locais para nacionalizar produção futuramente.
“Estive na Bosch recentemente e vimos que alguns componentes dos híbridos, como a ECU (Unidade de Controle Eletrônico, em português), já são fornecidos pela empresa na China e podem também ser produzidos aqui”, comentou Bastos, informando que a Bosch já fornece no Brasil a bateria de 12v para o motor a combustão e é parceira da GWM no desenvolvimento dos híbridos-flex.
A marca chinesa registra expressivo crescimento este ano da ordem de 33%, prevendo 40 mil emplacamentos ante os 30 mil de 2024. A expansão deve ser um pouco menor no ano que vem, com previsão de algo em torno de 50 mil unidades vendidas, das quais 30 mil serão montadas no interior paulista.
A capacidade em Iracemápolis, de 50 mil unidades/ano, só deve ser atingida em 2017 e os híbridos-flex só devem chegar no final do ano que vem. A GWM segue ampliando rede e ainda este ano abrirá 10 novas lojas, chegando a 130 concessionárias no País.
Cotas são limitadas a US$ 463 milhões
A criação de cotas válidas por seis meses, até janeiro próximo, foi estabelecida pelo governo federal após pleito da BYD de redução do II de unidades CKD pelo prazo de 3 anos. O pedido foi negado e o MDIC optou pela cota de US$ 463 milhões, o equivalente a cerca de R$ 2,6 bilhões, válida por seis meses para 16 empresas.
Além da GWM, foram habilitadas para importação com tarifa zero de veículos elétricos, híbridos e híbridos plug-in no regime SKD/CKD a Audi, BMW, BYD, Caoa Montadora, GAC, GWM, Honda, Hyundai, Mercedes-Benz, Omoda Jaecoo, Porsche, Renault, Toyota, Volvo Car e Jaguar Land Rover.
Fotos: Divulgação/GWM
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