Empresa comemora 25 anos de operações locais com perspectiva de retomar o crescimento em 2018. A projeção é dobrar as vendas de 10 mil para 20 mil unidades.

Por George Guimarães e Alzira Rodrigues

Muitos se candidataram,  poucos conseguiram, um número menor ainda permaneceu na atividade e somente um empresário brasileiro se dedica à mesma marca como importador desde a abertura dos portos aos veículos estrangeiros no começo dos anos 90. No último dia 30 de junho, em evento realizado em Montevidéu, Uruguai, cerca de setenta concessionários brasileiros, detentores de mais de uma centena de pontos de venda, comemoram com José Luiz Gandini, o empresário remanescente, exatos 25 anos da Kia Motors do Brasil.

Maior importadora sem fábrica local e a que opera continuamente há mais tempo, a empresa completa um quarto de século com previsão de dias melhores a partir do próximo ano, quando caem os grilhões, segundo os importadores, dos 30 pontos adicionais de IPI para veículos importados.

 

“É muito importante e muito especial comemorarmos os 25 anos ininterruptos de atividades da Kia Motors do Brasil”, diz Gandini. “Mas é muito mais importante vislumbrar o futuro próximo, visto que a partir de 1º de janeiro de 2018 voltaremos a ter paridade tributária com os carros aqui fabricados.”

Gandini acredita que sem os 30 pontos porcentuais a marca Kia terá força suficiente para recuperar a sua rede autorizada de concessionárias, “duramente castigada nos últimos cinco anos”. Ele acredita em recuperação das vendas, porém de forma parcial. “Não será fácil retornar aos patamares de 2011, já que o mercado interno na época era o quarto maior do mundo e hoje é o nono, o dólar saiu da casa de R$ 1,60 para R$ 3,30 e os veículos importados continuarão pagando o teto máximo em imposto de importação, de 35%, permitido pela OMC”.

 

“É muito mais

importante vislumbrarmos

o futuro próximo, quando voltaremos

a ter paridade tributária

com os carros aqui fabricados”

José Luiz Gandini

 

 

De qualquer forma a previsão é dobrar o volume de vendas locais. Neste ano, ainda limitada pela cota anual de 4,8 mil unidades/ano sem os 30 pontos, a Kia espera emplacar  cerca de 10 mil unidades. As projeções para 2018 indicam 20 mil veículos, “um alento depois de cinco anos de quedas sucessivas”, afirma Gandini, que promete importantes lançamentos para o 2018, como o novo Picanto, Rio, um novo SUV de pequeno porte e o Optima GDI.

Nova fase – Com seus setenta concessionários que representam os cem pontos espalhados por todo o território nacional, a marca comercializou mais de 400 mil unidades neste seu quarto de século no País. Para comemorar o aniversário, a empresa realizou convenção da rede  em Montevidéu, onde  está a linha de montagem do caminhão leve Bongo, importado para cá.

Diante dos altos e baixos do mercado brasileiro, a história da Kia no Brasil pode ser dividida em três etapas. Quando foi constituída em 30 de junho de 1992, a marca ainda era desconhecida no cenário internacional e particularmente no Brasil, onde as vendas começaram em janeiro de 1993 com a oferta dos utilitários Best A, a popular Besta, e do Ceres. Depois foram agregados o K-3700 e o utilitário esportivo Sportage.

Os primeiros ensaios na área de automóveis aconteceram com o Sephia e o Clarus. Em 2006, com produtos de desenhos mais ocidentalizados,  a empresa iniciou nova fase no Brasil, investindo então na mudança do perfil de sua rede de concessionários.

A terceira etapa é marcada pelo crescimento abrupto de vendas e a consolidação da marca em 2011, ano em que comercializou 80 mil unidades no atacado e 77 mil no varejo. Na sequência, porém, a instituição dos 30 pontos adicionais no IPI, medida consolidada no Inovar-Auto, tratou de inverter drasticamente a curva de desempenho comercial, algo que  Gandini esperar reverter novamente em 2018.


Fotos: Divulgação/Kia

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