Em quatro versões e por preços a partir de R$ 49.990, novo hatch chega às revendas em novembro
Por George Guimarães
O Novo Polo, apresentado oficialmente pela Volkswagen nesta segunda-feira, 25, está, com certeza, entre os melhores carros já produzidos no Brasil no que se refere à tecnologia embarcada e à qualidade produtiva. O modelo, que chega às revendas em novembro, mas já pode ser encomendado em regime de pré-venda, recebeu 5 estrelas do Latin NCAP para proteção tanto de adultos quanto de crianças, o que o credencia também como um dos mais seguros.
Já seriam atributos suficientes para encorajar a montadora a projetar até 5 mil unidades negociadas por mês e mesmo um lugar no pódio dos cinco automóveis mais vendidos do País, seleto grupo onde a marca conta apenas com o Gol no quinto lugar. Ainda assim a Volkswagen tratou de polir um pouco mais o que julga a ser um divisor de águas na história da produção da empresa aqui ao determinar preços bastante competitivos para todas as versões do hatch.
A de entrada, Polo, sai por R$ 49.990, a MSI, por R$ 54.990, a Comfortline 200 TSI por R$ 65.190 e 200 TSI Highline, a R$ 69.190. As duas últimas equipadas com o surpreendente motor três cilindros 1.0 TSI de 128 cv, com turbo e injeção direta e transmissão automática de seis velocidades, enquanto a MSI conta com o 1.6, de 117 cv, e a de entrada com o 1.0, de 84 cv, ambas com câmbio manual.
O modelo é fabricado na pioneira planta de São Bernardo do Campo (SP). Produto e sensíveis melhorias e modernização dos processos produtivos exigiram R$ 2,6 bilhões, investimento que contempla ainda a fabricação do sedã Virtus, também derivado da plataforma modular MQB, a mesma do hatch, e que entrará em linha no primeiro trimestre do ano que vem.
Essa nova arquitetura garantiu dimensões mais generosas sobretudo no interior. Comparado à antiga geração produzida aqui, o novo hatch é 167 mm mais comprido — 4057 mm agora —, tem 100 mm a mais de entre-eixos, é 100 mm mais largo. O entre-eixos é apenas 72 mm menor do que, por exemplo, do atual Golf e decorreu do deslocamento das rodas mais para as extremidades.
O Novo Polo, apesar disso, é mais leve também. A diferença chega a 44 kg no caso das versões com motor 1.6. Muito se deve a novos materiais — o alumínio nos motores e aços especiais e de alta resistência que respondem por 50% da estrutura da carroceria são apenas dois dos exemplos —, à nova arquitetura e seu processo produtivo evoluído. Como consequência, o modelo também é mais econômico, já que, assegura a Volkswagen, “o peso responde por aproximadamente 25%” do consumo de combustível. Todas as versões receberam a nota A do programa de etiquetagem brasileiro.
Dentre os muitos itens de segurança ativa e passiva, o hatch tem freios a disco nas quatro rodas e controle eletrônico de estabilidade, o ESC, nas versões TSI. Mas todas dispõem do pacote M-ABS, que inclui freios ABS, distribuidor de frenagem, controle de tração, alerta de colisões traseiras, o ESS, e quarto airbags.
O ESC também pode ser incorporado opcionalmente nas versões inferiores conjuntamente com controle de assistência em rampa, assistente de frenagem, monitoramento dos pneus e bloqueio eletrônico de diferencial, que aciona o freio em uma roda de menor tração em terreno de baixa aderência ou também em curvas a até 80 km/h.
Se o pacote tecnológico e de conforto agradam demais — destaques para o sistema de entretenimento com tela de grande proporção e o painel digital das versões topo de gama, dignos de modelos de categorias superiores —, o acabamento não entusiasma tanto, está apenas na média do segmento ao utilizar muitos materiais rígidos, em especial no painel.
O desenho da carroceria, apesar de atual, também não foge ao lugar-comum verificado na marca há alguns anos. Os consumidores mais desatentos ou menos interessados poderão confundi-lo com um Gol ou até mesmo com o Golf.
Não causará estranhamento, portanto, se o Novo Polo roubar compradores de um e de outro, até pelas diversas e naturais sobreposições de faixas de preço, caso considerados os opcionais. E mesmo de outro modelo Volkswagen, o Fox, que com a chegada do novo produto passa a ter apenas duas versões 1.6 a partir de R$ 54.590, sinal de que a própria montadora identifica uma eventual canibalização.
Ainda assim, Gustavo Schimidt, vice-presidente de vendas e marketing da empresa, entende que a força de vendas maior do modelo não estará concentrada nos extremos da linha. O executivo acredita que a intermediária Comfortline deve responder por algo entre 40% a 50% dos emplacamentos.
De qualquer maneira, concorrentes como Hyundai HB20, Fiat Argo e o líder Chevrolet Onix, para ficar nos três mais próximos, têm o que temer na parte de baixo. Afinal, conta ainda nessa pacote de fatores favoráveis do Novo Polo a rede de mais de quinhentos revendedores da marca, que há muito estavam ávidos por um produto genuinamente novo nessa faixa de mercado.
E até porque a própria Volkswagen já manifestou sua vontade de ascender novamente no mercado brasileiro, onde por décadas figurou no topo do ranking. O Novo Polo é, assim, um tiro de relargada nessa corrida.
Fotos: Divulgação/VW
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