Empresa

Com apenas um turno, Volkswagen prevê retornar dia 18 de maio

Pablo Di Si diz que empresa já adotou todas as medidas necessárias para garantir saúde do trabalhador

Em entrevista online concedida na manhã desta quinta-feira, 23, o presidente e CEO da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si, detalhou as medidas que a empresa vem tomando para a retomada de suas atividades no País a partir de 18 de maio. Todas as fábricas reiniciarão produção em apenas um turno, com distanciamento de 2 metros entre os funcionários, que utilizarão máscaras e terão temperatura medida antes de começar a trabalhar.

“Estamos aproveitando a experiência da empresa na China e na Alemanha para garantir um retorno gradativo e com a maior segurança para todos”, comentou Di Si, informando ainda que a montadora já contratou mais ônibus para o transporte de seus funcionários, a fim de haver o distanciamento necessário no interior do veículo e, assim, evitar a eventual propagação do novo coronavírus.

Destacando ser esta uma crise sem precedente no mundo, o executivo diz que a ideia é começar em um turno e devagar, a fim de acompanhar a demanda do mercado: “Não podemos ter estoques neste momento de crise, senão teremos queima de preço, o que não interessa para ninguém”.

Com três fábricas de automóveis – São Bernardo do Campo e Taubaté, em São Paulo, e São José dos Pinhais, PR, a Volkswagen tem ainda uma planta de motores em São Carlos, SP, a única que deverá iniciar atividades uma ou duas semanas antes das demais. “Tudo será feito a partir de um trabalho conjunto com as autoridades estaduais e municipais”, enfatizou Di Si.

O projeto de começar antes em São Carlos decorre da necessidade de retomar as exportações de motores para a China e a Alemanha. “Temos pedidos de motores e exportar é importante neste momento”.

Di Si preferiu não fazer previsões com relação ao comportamento do mercado, mas adiantou que o mês de maio ainda será fraco, assim como ocorre em abril. Segundo ele, as vendas neste mês apresentam queda da ordem de 22,5%, índice que no caso da Volkswagen é de 14,5%. Em março, enquanto o mercado como um todo caiu 8,1%, a marca teve crescimento de 4%. No caso da Argentina a situação é ainda mais drástica. O recuo nas vendas chega a 42,8% este mês e, no caso da Volkswagen, a queda é de 40,1%.

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A empresa fechou acordo de flexibilização na área trabalhista com todos os sindicatos de metalúrgicos onde tem operações, o que vai garantir a retomada gradual de suas operações nos próximos meses. Di Si elogiou a medida provisório 936, principalmente pelo fato de ela garantir empregos neste momento de crise.

“É fundamental a união de todos para atravessarmos esta crise sem precedentes”, reforçou. “Todos terão problemas de caixa e, por isso, estamos em contato permanente com o governo, a Anfavea, o Sindipeças, a rede de concessionários, os funcionários e o governo para que possamos sobreviver”.


Foto: Divulgação/Volkswagen

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Publicado por
Alzira Rodrigues

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