Com o aumento da ociosidade por causa da pandemia, concorrência mundial deve crescer ainda mais
Com o retorno da maioria das montadoras ao longo do último mês, as exportações de veículos reagiram em junho com relação a maio, mas no acumulado do primeiro semestre a queda chega a expressivos 42,6%, com 119,5 mil embarques este ano ante os 222 mil do mesmo período de 2019.
Foram exportadas 19,4 mil unidades no mês passado, contra apenas 3,9 mil em maio. No comparativo de junho com o mesmo mês do ano passado o recuo chega a 52%. Em valores, incluindo veículos e máquinas agrícolas e rodoviárias, o setor exportou US$ 477,8 milhões em junhoo e US$ 2,97 milhões no primeiro semestre, o que representou queda de 40,8% sobre os primeiros seis meses do ano passado (US$ 5 bilhões).
A Anfavea inclusive já revisou as projeções das exportações para este ano. Ante queda anterior projetada em 11%, estima agora um decréscimo de 53%. Os embarques devem totalizar apenas 200 mil veículos este ano, ante os 428 mil de 2019.
O presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes, comenta que os principais mercados dos produtos brasileiros, dentre os quais a Argentina, Colômbia, Chile e Equador, também enfrentam problemas por causa da pandemia da Covid-19. O executivo voltou a falar da falta de competitividade do País devido a questões de logística e excesso de burocracia, dizendo que seria importante o governo preocupar-se com essas deficiências.
“Não há por enquanto nenhuma ação concreta de combate à falta de competitividade do País”, comentou Moraes, lembando que as dificuldades para exportar tendem a ser ainda maiores no futuro. “A pandemia atingiu a indústria automotiva globalmente e a capacidade ociosa vai aumentar em todos os países. Quem for mais competitivo levará vantagem”, destacou o executivo, admitindo o risco de o Brasil perder negócios diante da nova realidade do mercado mundial.
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