Marca "ganhou uma Ford" em 12 meses e lidera vendas com muita folga após seis anos
Líder em 2021, a Fiat alcançou 26,1% de participação no mercado brasileiro em junho. É o melhor resultado mensal desde novembro de 2007 da marca italiana, que completará 45 anos no Brasil em 9 de julho.
O índice ganha maior relevância em um mercado bem mais pulverizado do que há mais de uma década. Quatorze anos atrás, acima de 80% dos licenciamentos eram compartilhados por veículos das então quatro maiores marcas — além da própria Fiat, Volkswagen, General Motors e Ford —, nesta ordem.
Responder por mais de um quarto dos licenciamentos agora reforça a gradual evolução da Fiat registrada nos últimos dois anos e especialmente a partir do segundo semestre de 2020, quando voltou a brigar pela ponta do ranking.
Em 2021, já foram emplacados 223,8 mil automóveis e comerciais leves da marca da Stellantis, 105% a mais do que em igual período do ano passado. Em junho, cinco modelos Fiat ficaram entre os 10 mais vendidos no País, e quatro deles ao longo de todo o primeiro semestre.
Mesmo considerando que a base de comparação foi baixa em decorrência do fechamento das revendas nas primeiras semanas da pandemia — fator que afetou todas as marcas —, a participação acumulada de 22,2 % superou em 7,8% a do primeiro semestre de 2020.
Na prática, a Fiat “ganhou mais do que uma Ford” nos últimos doze meses.A montadora norte-americana, que passou a importadora em janeiro, encerrou 2020 com participação de 7,1%. Há quatro anos, a participação da Fiat declinara para 13%, após mais de uma década como líder de vendas, posição perdida para a GM em 2016.
Herlander Zola, diretor da marca Fiat para América do Sul, reconhece que as dificuldades enfrentadas com o desabastecimento de componentes, como os que incorporam semicondutores, afetou em maior grau a produção e vendas de algumas concorrentes.
“Mas isso não tira o mérito do trabalho da Stellantis, que tem buscado alternativas em todo o mundo e gerenciado [a falta de componentes] de forma muito adequada”.
Mesmo em um quadro mais regular de produção, acredita o executivo, a Fiat teria avançado de forma significativa. Ele relaciona o trabalho de reformulação e resgate da imagem da marca, reposicionamento de preços e versões e, sobretudo a atualização do portfólio de produtos como os fios condutores dessa nova fase da marca.
Para não perder o embalo e se manter à frente do mercado nos próximos anos, a Fiat aposta agora na ampliação da cobertura do mercado. Zola calcula que, com a atual linha de automóveis e comerciais leves, a marca participa de não mais do que 65% dos segmentos e produtos.
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O objetivo é elevar esse índice para algo próximo de 90%. Esse salto dependerá quase que exclusivamente do Pulse, primeiro SUV da Fiat em todo o mundo e que será lançado em setembro, e de um segundo utilitário esportivo, maior e também nacional, que chegará às revendas no transcorrer de 2022.
Já para a manutenção ou elevação do número de emplacamentos dos atuais modelos, a marca tem na manga a oferta dos novos motores turbo e do câmbio CVT— conjunto mecânico que estreará no Pulse — para quase toda a linha até o fim do ano e ao longo de 2022.
Motores turbos já não são novidade em quase todos os segmentos e, neste aspecto, os veículos Fiat estavam mais que atrasados com relação aos principais concorrentes. A possibilidade de contarem com uma solução técnica mais moderna e eficiente abre, de fato, a possibilidade de a marca seguir na ponta em 2022, 2023…
Foto: Divulgação
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