Em funções dos volumes menores em relação aos automóveis, a indústria do segmento é menos afetada pela falta de semicondutores
O chão das fábricas de veículos comerciais pesadas segue praticamente estável, apesar dos gargalos logísticos de fornecimento de peças e insumos. Pelo menos é assim que mostra o balanço mensal da Anfavea apresentado na quarta-feira, 8.
No mês passado, a indústria de caminhões do País produziu 14,9 mil unidades, volume 1,1% superior ao anotado em julho, de 14,8 mil caminhões. Na comparação com agosto do ano passado, quando a produção foi de 7,8 mil unidades, o crescimento mais que dobra, de 111,1%.
Segundo a Anfavea, são as demandas do agronegócio e da mineração que mais mantêm o ritmo na produção. Prova disso se mostra no crescimento da fabricação de caminhões pesados, de mais de 160% na comparação entre os meses de agosto, de 2,7 mil unidades para 7,2 mil.
No acumulado do ano, a produção de caminhões de janeiro a agosto somou 104,4 mil unidades, volume que expressa um crescimento de 114,8% sobre os 48,6 mil caminhões produzidos nos primeiros oito meses de 2020.
A associação, no entanto, pondera que os resultados poderiam ser mais robustos. Embora a indústria de caminhões e ônibus também atravessem dificuldades com fornecimento de semicondutores, o impacto se dá com menos intensidade nas linhas de montagem.
De acordo com Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea para veículos pesados, os volumes de produção menores em relação aos automóveis permitem maior flexibilidade para reprogramar a produção. “Também a venda de caminhões é diferente, mas técnica, com entregas programadas para alguns meses.”
Ônibus – Oposto ao segmento de caminhões, o de ônibus custa mostrar sinais de retomada. No mês passado, apenas 1,5 mil chassis foram produzidos, o que representou uma queda de 1,5% em relação a julho, quando registrou o mesmo patamar de 1,5 mil unidades.
Nas comparações com o ano passado, os resultados apresentaram crescimento, mas ainda abaixo dos desempenhos de 2018 e 2019, conforme aponta a Anfavea. No confronto com a agosto de 2020, quando a indústria produziu 1,3 mil chassis, a alta chegou perto de 12%. No acumulado, a alta alcançou 12,1% com 13,3 mil unidades produzidas.
Bonini lembra que o segmento de ônibus vinha sendo beneficiado pelo programa Caminho da Escola, mas todas as entregas já foram praticamente concluídas. Um outro processo de licitação já definiu os fornecedores, mas a demanda só deve começar a aparecer na produção somente a partir do último trimestre.
Em estabilidade, produção de caminhões tem leve alta de 1,1% em julho
Foto: Mercedes-Benz/Divulgação
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