Matrizes elétrica e energética renováveis e uso intensivo de biocombustíveis fazem com o que o veículo brasileiro, da produção ao descarte, despeje a menor quantidade de CO2 na atmosfera do mundo.

Essa é a principal constatação do “Caminhos da Descarbonização: a pegada de carbono no ciclo de vida do veículo”, o mais recente estudo da Anfavea em parceria com a BCG (Boston Consulting Group).

O trabalho, inédito, calculou a emissão de CO2 sob o conceito do berço ao túmulo, no qual considera a pegada de carbono desde a extração das matérias-primas aos processos de produção e distribuição, passando pelo uso até o descarte e compara com os mercados da China, Europa e Estado Unidos.

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“Frota de automóveis flex, capaz de receber qualquer mistura, bem com a proporção de 30% de etanol na gasolina e 15% de biodiesel no diesel permitem uma estratégia rápida de descarbonização enquanto a propulsão elétrica ganha escala”, lembra Igor Calvet, presidente da Anfavea.

De acordo com o estudo, um automóvel flex fabricado no País que use somente etanol, seja a combustão ou híbrido, emitirá menos gases de efeito estufa (GEE) que um carro 100% elétrico produzido e usado na China. A tecnologia brasileira flex só apresentaria maior pegada de carbono na hipótese de um modelo elétrico totalmente brasileiro, incluindo a produção da bateria aqui.

Da mesma maneira, devido ao uso do B15 e produção a partir de energia renovável, um caminhão brasileiro de vocação urbana emite menos que um modelo equivalente elétrico chinês. Caso use o B100, o veículo descarbonizaria quase como um movido a bateria.

Em virtude do atual diesel nas bombas, também o ônibus urbano brasileiro é o que deixa a menor pegada de carbono do planeta. No caso de ser elétrico, o ônibus emite cinco vezes menos CO2 na comparação com similar chinês.

O estudo ainda avalia o segmento de caminhões rodoviários de longa de distância e mostra que o GNV e o biometano são alternativas para rápida descarbonização, mas que também o biodiesel promove vantagens com a menor pegada de carbono do mundo.

O Brasil parte de um ponto privilegiado ao ter um arsenal de possibilidade. Para a descarbonização não existe uma única solução e o País já tem isso à disposição. O ‘e’ é mais importante que o ‘ou’”, finaliza Masao Ukon, diretor executivo e sócio-sênior do BCG.


Foto: Divulgação Case IH

Décio Costa
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