Por Alzira Rodrigues

Após seis anos consecutivos de queda, a indústria de motocicletas deve encerrar este ano com ligeira alta de 0,3% na produção, atingindo total de 890 mil unidades fabricadas no Polo Industrial de Manaus, no Amazonas. As vendas no varejo ainda apresentarão queda, de quase 6%, fruto de um descompasso entre a oferta e a demanda nos meses de outubro e novembro que provocou desabastecimento no mercado.

“Foram tempos difíceis, mas agora bons ares começam a soprar no nosso setor”, disse na terça-feira, 12, o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian. Em novembro foram fabricadas 83,1 mil motos, alta de 5,6% em relação a outubro e de 18,2% no confronto com o mesmo mês do ano passado. “São números que melhoraram nossas perspectivas e indicam crescimento para o próximo ano”.

A Abraciclo está prevendo alta de 5,1% na produção em 2018, com a saída das linhas de montagem de 935 mil unidades. As vendas no varejo, que este ano ficarão em cerca de 847 mil motos, volume 5,9% inferior ao do ano passado, devem atingir 865 mil unidades, com crescimento de 2,1%. Para o atacado o índice projetado é um pouco maior – alta de 4,6% – num total de 850 mil motos.

Segundo o presidente da Abraciclo, as vendas no varejo – que totalizaram 773,5 mil licenciamentos até novembro, com redução de 5,5% sobre o mesmo período do ano passado – poderiam até ser positivas no ano se a oferta de produtos tivesse sido maior nos últimos meses. “O mercado reagiu e a indústria não conseguiu acelerar a sua produção a tempo de acompanhar a demanda. Por isso a falta de alguns modelos no mercado”.

Com relação às exportações, a alta este ano deve ficar em torno de 40%, com o embarque de 83 mil unidades. O índice é elevado, segundo Fermanian, porque em 2016 o principal mercado da indústria brasileira, a Argentina, impôs restrições aos produtos vindos de fora. Tanto é que para 2018 a Abraciclo projeta crescimento de apenas 2,4% nas vendas externas. De acordo com o presidente da Abraciclo, as motos que vêm da Ásia, com preços mais acessíveis,  dominam os mercados da América do Sul.

Crédito – Por atingir um público de menor poder aquisitivo, principalmente no segmento de baixa cilindrada, o setor de veículos duas rodas sofre mais com as restrições de crédito do que o de automóveis e comerciais leves. Mas o consumidor começa a ter um pouco mais de facilidade na obtenção de crédito para a compra de motos. “Antes eram aprovadas apenas duas fichas de cada dez. Agora já são três”, comenta o presidente da Abraciclo.

Enquanto as vendas à vista e via consórcio caíram este ano, respectivamente 7,5% e 20%, as realizadas via CDC, Crédito Direto ao Consumidor, cresceram 9,8% no período de janeiro a novembro. A participação do CDC nos negócios do setor saltou de 34,6% no ano passado para 40,4% este ano, enquanto a das compras à vista baixou de 31,3% para 30,7% e a do consórcio de 34,1% para 29%.


 

Alzira Rodrigues
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