Por George Guimarães

Janeiro ainda não terminou e a Ford já é forte candidata a levar o troféu de melhor marketing automotivo do ano, caso o Ka FreeStyle, que chegará aqui no segundo semestre, seja um sucesso de vendas.

Isso porque a montadora o apresentou, em avant-première, nesta quarta-feira, 31,  como um “novo  utilitário compacto global”, que “tem uma arquitetura aprimorada que o coloca dentro de um novo nicho no mercado, o dos utilitários compactos, ou CUVs”.

As frases acima, colhidas do  material oficial de divulgação, estavam acompanhadas  da informação — como a justificar a expressão global utilizada na segunda delas— de que o carro foi apresentado simultaneamente na América do Sul e na Índia. O texto reforça: “o Ka FreeStyle é resultado de um projeto global desenvolvido com a participação de diversos países para atender diferentes mercados”.

A montadora afirma que o Ka FreeStyle, com alguns adereços plásticos nos paralamas, rack no teto, faróis com máscaras negras, lanternas e grade dianteira modificadas e suspensão um pouco mais elevada, além de outros penduricalhos, deixou de ser um mero hatch. Como se o Fiat Palio Weekend Adventure, há mais de uma década, tivesse deixado de ser uma station wagon.

Entretanto, Rogelio Golfarb, vice-presidente de assuntos governamentais, comunicação e estratégia da Ford, assegura:

“O FreeStyle é um veículo de conceito inovador, robusto e avançado. Atraente, versátil e conectado, esse é um novo produto desenvolvido para fazer parte da família Ka com o objetivo de atender um consumidor com interesses muito específicos”.

Natan Vieira, vice-presidente de marketing, vendas e serviços,  acrescenta argumentos um pouco mais técnicos para justificar a pretendida mudança de categoria: “É um veículo que vai introduzir também outras importantes novidades nos aspectos de engenharia, tecnologia e acabamento”. Além dessas, nenhuma outra informação técnica oficial até a proximidade do lançamento, nem mesmo sobre o motor.

Até a chegada do FreeStyle às revendas brasileiras, portanto, a Ford deve trabalhar muito essa nova imagem que pretende ver colada no hatch. Não deixa de ser um válido esforço, afinal o Ka, com 94,9 mil unidades, respondeu por quase 46% do total de veículos Ford emplacados no mercado interno em 2017.

Não fosse por ele, a Hyundai teria ultrapassado a veterana montadora estadunidense com folga no ranking das marcas que mais vendem automóveis e comerciais leves no Brasil. A diferença favorável à Ford foi de apenas 5,7 mil unidades — e isso com a fabricante coreana não dispondo de picapes. Considerando apenas automóveis, a Hyundai já está na frente: encerrou 2017 com 197,9 mil emplacamentos contra 188,9 mil da Ford.


Foto Divulgação/Ford

 

 

 

 

George Guimarães
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