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Mercedes-Benz na era da produção conectada

Montadora inaugura linha de montagem sob os conceitos da Indústria 4.0 e amplia quadro de funcionários

Por Décio Costa| decio@autoindustria.com.br

A Mercedes-Benz inaugurou oficialmente nesta terça-feira, 27 de março, uma nova linha de produção de caminhões em São Bernardo do Campo, SPzz\zxcvb. Ao longo dos últimos cinco anos, a unidade passou por uma completa reformulação. Foram colocados abaixo os antigos galpões dedicados às linhas de caminhões para ceder lugar um moderno prédio já concebido sob o conceito da Indústria 4.0.

De acordo com a fabricante, trata-se de uma nova maneira de produzir caminhões, pelo ambiente de um aplicativo. Os processos são conectados, os dados seguem para a nuvem e as máquinas se reconhecem. A conectividade permite agora que todos os caminhões da marca, dos leves aos pesados, possam ser produzidos em uma única linha de montagem. Hoje a fábrica produz os modelos das gamas Accelo, Atego e Axor. O Actros ainda é feito em Juiz de Fora (MG) e só chegará a São Bernardo do Campo em nova geração, que não deve ocorrer antes de 2019.

“Nos tornamos mais eficientes e competitivos, com capacidade para produzir e entregar o caminhão em menos tempo”, garante Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil. “Os sensores geram dados que são processados para manutenção preventivas nas máquinas, na gestão do estoque, na sequência correta das peças na produção para cada modelo em linha. Agora também produção, vendas e fornecedores estão mais conectados.”

Segundo Schiemer, a nova linha de produção permitiu à empresa produzir um caminhão em um tempo 15% menor. Também a logística interna foi beneficiada, com recursos que alertam a possibilidade de falta de componente, como também separa os itens de acordo com modelo que segue para a linha. A qualidade é garantida em todas as etapas do processo, do torque dos apertos do parafuso à ergonomia dos trabalhadores. “A linha de produção permitiu eliminar a revisão final dos veículos”, afirma o presidente da fabricante.

No chão da fábrica, os chamados AGVs, espécie de robôs com rodas, trafegam na linha sobre faixa eletromagnéticas levando peças e o veículo em produção. O papel da ferramenta, no entanto, vai além: sabem exatamente o que estão carregando em cima. Ao todo são 66 AGVs em operação. “Caso a peça, por exemplo, não seja daquele veículo, o AGV para a produção até ser corrigido o problema”, conta Carlos Santiago, vice-presidente de operações da montadora.

Leia mais

→Mercedes-Benz projeta crescer 15% em utilitários

→Mercedes-Benz começa o ano com o pé no acelerador

→Caminhões: Mercedes-Benz projeta alta de 30% em 2018.

Para reformular a fábrica de São Bernardo do Campo, a Mercedes-Benz aplicou boa parte do investimento de R$ 730 milhões finalizado agora, dos quais R$ 500 milhões para a unidade do ABC e o restante na fábrica de Juiz de Fora, onde se encontra a produção de cabine e processo de pintura. Para o próximo ciclo, de 2018 a 2022, a companhia aportará R$ 2,4 bilhões.

Segundo Schiemer, o novo recurso, anunciado em outubro do ano passado, será destinado ao desenvolvimento de novos produtos e na continuidade da modernização da fábrica. “A nova linha de produção é a primeira fase da atualização. As próximas etapas chegarão as fábricas de agregados: motor, eixos e transmissão.”

Perspectivas

O presidente da Mercedes-Benz do Brasil se mantém confiante com um crescimento de 30% nos vendas do mercado total de caminhões em 2018. Sua estimativa encontra amparo no aumento de 30% na produção da montadora no primeiro trimestre do ano. Para dar conta da expansão na demanda, a montadora contratou 330 funcionários, 250 para São Bernardo e 80 para Juiz de Fora. O novo pessoal se junta aos 350 efetivados no fim do ano passado.


Foto: Mercedes-Benz/Divulgação

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Décio Costa

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