Por George Guimarães | george@autoindustria.com.br

As exportações brasileiras de veículos somaram 60,7 mil unidades em maio. Foi o menor resultado mensal do ano desde janeiro, normalmente um mês fraco em decorrência das férias de verão, e 17% abaixo dos volumes registrados em abril e também em maio de 2017.

O motivo para o encolhimento, óbvio, foi a paralisação dos caminhoneiros.  Muitos carros, caminhões e ônibus que seguiriam para os portos permaneceram nos pátios das montadoras.  “A indústria deixou de exportar uns 15 mil veículos por falta de transporte”, afirmou Antonio Megale, presidente da Anfavea.

Portanto, não fosse pela impossibilidade de despachar a produção, em maio teriam sido exportados mais de 75 mil veículos, o que o garantiria como o melhor mês do ano, acima de  bril, quando foram embarcadas 73,2 mil unidades.

Mesmo com tropeço mensal, o presidente da entidade tem certeza de que o resultado anual não será prejudicado. Os veículos que seriam exportados nos últimos dias de maio já estão sendo encaminhados para os portos nesta semana e não houve cancelamentos de pedidos.

A Anfavea, assim, decidiu manter suas projeções para as exportações em 2018. A entidade calcula 758 mil veículos leves e 42,2 mil pesados embarcados, crescimento de, respectivamente, 4,6% e 12,8% sobre o ano passado e recorde histórico ao longo de mais de seis décadas do setor.

No acumulado dos primeiro cinco meses do ano foram exportados 314 mil veículos, melhor número da história e 1,6% maior do que em igual período de 2017.

Maior evolução nesse período foi  registrada no segmento de máquinas. De janeiro a maio as exportações cresceram 12,7% e superaram 5 mil unidades. Somente no mês passado saíram do Brasil 1.062 equipamentos.

O maior crescimento das exportações em 2018, contudo, tem sido em valores. A evolução nos cinco primeiros meses chegou a 19,5% sobre igual período do ano passado, com faturamento de US$ 7,2 bilhões.

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Mercados — Os números de exportações poderiam até ser melhores do que os efetivados até agora e os projetados para o ano todo, caso os principais mercados consumidores passassem por um período mais favorável.

Os embarques para o México, por exemplo, recuaram 46% no acumulado até maio: caíram de 39 mil para 21 mil unidades. O país é o segundo maior destino dos veículos brasileiros no exterior, atrás somente  da Argentina, que absorve  76% de todos os veículos  exportados.

A crise econômica no país vizinho ainda não afetou drasticamente os embarques, mas sua continuidade já preocupa a indústria brasileira. De janeiro a maio foram enviados para lá 233 mil unidades, 9% a mais do que em igual período do ano passado.


Foto: Ivan Bueno/Fotos Públicas

 

George Guimarães
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