Indústria

Produção de caminhões cai 18% em maio

Paralisação dos caminhoneiros interrompe sequência de crescimento do segmento registrada desde o fim do ano passado

Por Décio Costa | decio@autoindustria.com.br

Com as fábricas de veículos paradas devido a falta de fornecimento de peças durante a greve dos caminhoneiros, o ritmo de produção de caminhões caiu 18,4% em maio, com 7.423 unidades montadas contra 9.095 unidades anotadas no mês anterior.

O volume de caminhões produzidos no mês passado foi até mesmo inferior (2%) ao de maio de 2017, de 7.576 unidades, período no qual ainda não se via horizonte favorável.

Pelas estimativas da Anfavea, as fabricantes deixaram de produzir perto de 3.000 veículos pesados. Cabe, no entanto, lembrar, que além da manifestação dos caminhoneiros, também os metalúrgicos da Mercedes-Benz estiveram por oito dias em greve no mês passado, o que certamente acentuou os impactos negativos nos números mensais da produção.

Leia mais

→Mercedes-Benz concede aumento real e termina a greve no ABC

→Anfavea: mercado pode crescer dois dígitos em 2018.

→Concessionários admitem risco de faltar caminhão pesado

→Volvo projeta alta de 30% nas vendas de caminhões

→Caminhões: Mercedes-Benz projeta alta de 30% em 2018.

Durante divulgação do balanço do setor automotivo na quarta-feira, 6, Luiz Carlos Moraes, vice-presidente da Anfavea e diretor de relações institucionais da Mercedes-Benz, observou que a aposta ainda é de crescimento. “Toda a cadeia da produção já está trabalhando de maneira forte para recuperar o ritmo.”

O acumulado do ano, no entanto, mostra quanto o segmento já se recuperou em relação ao ano passado. De janeiro a maio, saíram das linhas de montagem 40.952 caminhões, alta de 40,1% sobre 29.224 unidades produzidas doze meses antes.

Nas vendas para o mercado interno também a greve afetou os negócios de maneira negativa. Em maio, os licenciamentos somaram 5.626 caminhões, declínio de 8,7% em relação a abril (6.164 unidades), mas ainda em forte alta de 37,1% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

O presidente da Anfavea, Antonio Megale, lembra que a base de comparação do ano passado é muito baixa, mas estima que no mês passado pelo menos 500 caminhões deixaram de ser vendidos em virtude da greve.

A tendência de alta, porém ainda prevalece no resultado do acumulado do ano. De janeiro a maio, o mercado negociou 26.323 caminhões, crescimento de 52,7% sobre as 17.236 unidades emplacadas um ano antes.

A greve também provocou estragos nos embarques de caminhões para o exterior. No mês passado, as 1.783 unidades representaram quedas de 34,8% em relação a abril (2.738 caminhões), e de 29,6% na comparação com maio de 2017, quando as remessas somaram 2.534 unidades.

Nos cinco primeiros meses do ano, 11.850 caminhões foram exportados, volume 9,2% superior ao registrado um ano antes, de 10.847 unidades.


Foto: Mercedes-Benz/Divulgação

Compartilhar
Publicado por
Décio Costa

Notícias recentes

Ao completar 25 anos, coluna vê passado e futuro da indústria

Breve relato dos movimentos da indústria automotiva desde 1999 faz recorte da evolução dos produtos…

% dias atrás

Ram amplia oferta da Rampage com a versão Laramie Night Edition

Novidade da marca na Agrishow 2024 parte de R$ 278 mil, mas durante a feira…

% dias atrás

Volvo e TMA juntas em novo projeto de caminhão autônomo

Modelo baseado no FMX, em exposição na Agrishow 2024, chega para atender nova medida de…

% dias atrás

Volvo introduz pacote de acabamento direcionado ao agro

Linha FH passa a oferecer versão Cross Country para atender operações mistas

% dias atrás

De olho no Salão de SP, dirigentes brasileiros visitam Salão de Pequim

A GWM, que terá fábrica no Brasil, reuniu em seu estande os presidentes da AEA,…

% dias atrás

Go Electric inaugura 2º eletroposto e quer chegar a 20 este ano

Unidade de Cajamar, na Rodovia Anhanguera, funcionará com oito estações de recarga

% dias atrás