Placas fotovoltaicas instaladas no teto dos veículos contribuem para redução do consumo de combustível
Por Joel Leite
O teto é a maior e mais plana parte do carro. Diferentemente das laterais (com as portas) da traseira (porta-malas) e da dianteira (capô e motor), não sofre interferências. E está o tempo todo recebendo a luz solar. Porque não utilizar essa aptidão para captar a energia do sol?
Trata-se, ainda, de uma experiência, mas com a queda dos preços das painéis de captação da energia solar, é possível que o sistema seja adotado comercialmente.
Não, a energia captada pelos paineis não substituirá o combustível usado para a propulsão do motor. Não se trata de um carro elétrico, longe disso. O objetivo da tecnologia é a redução do consumo e das emissões de poluentes: a energia captada é usada nas luzes do painel e faróis, vidros elétricos, ar-condicionado.
Os testes feitos até agoraregistraram economia de 3,5% no consumo, índice bastante significativo, quase o dobro do obtido por processo semelhante na Europa, onde a economia foi de 2%.
Isso graças não ao sistema em si, mas ao maior nível de radiação solar existente no Brasil. O País tem um potencial solar 70% maior. Aqui são 205 Watts por metro quadrado, enquanto na Europa são 120 W/m². No sol de meio dia no verão, o potencial no Brasil sobe para 1.100 W/m².
“Inovação é enxergar as coisas de uma forma diferente, fazer o diferente”, diz Matheus Bitarães, analista de Pesquisa e Inovação da FCA e responsável pelo desenvolvimento de ideias que surgem na própria empresa e que contribui para o melhor procedimento na linha de montagem, no processo produtivo, na manutenção da fábrica.
Seu colega Mateus Silveira, responsável pelo Future Insights, diz que “pensar diferente” é uma forma também de buscar soluções para a produção e o uso do carro. “Inovar não é apenas criar uma tecnologia, mas entender e melhorar a vida do consumidor”.
Silveira estuda o futuro das populações urbanas. Selecionou as 38 cidades brasileiras com mais de 500 mil habitantes e se debruça na resolução dos problemas de mobilidade, advindos do adensamento populacional.
Busca alternativas para novas formas de circulação, novos modais. E aí entra a questão de pensar diferente e não apenas a aposta nas novas tecnologias.
“O carro elétrico e o carro autônomo são as tecnologias do momento, e que já estão nas ruas, mas o problema é que tanto o elétrico quanto o autônomo provocam congestionamento do mesmo jeito”, diz, avaliando que é preciso pensar em soluções que essas novidades não se propõem a sanar.
Para Silveira, os sistemas de inovação têm que ser diversificados: “Não basta criar um veículo ideal,temos que pensar no pedestre. Todos somos pedestres pelo menos uma parte do dia. O espaço de maior valor é o espaço público”.
Têm que oferecer alternativas próprias: “Não dá pra importar soluções. Temos que criar nossos próprios modelos”.
Numa palavra, a proposta é buscar soluções dentro do âmbito das cidades e não achar que o aumento da infraestrutura vai resolver os problemas. Ao contrário, quando o poder público abre mais uma avenida, mais um túnel, mais um viaduto, incentiva o uso do carro e a consequência não é a redução dos congestionamentos, mas a ampliação deles.
“Ampliar a infraestrutura é como resolver o problema da obesidade afrouxando o cinto”, diz Mateus Silveira.
Sindicato calcula o corte de 50 trabalhadores que estavam em licença remunerada
A atual primeira colocada Volkswagen tem 15,7% dos licenciamentos. Há um ano Jeep liderava com…
Vendas avançaram 45% em abril em relação há um ano
Presidente da Fenabrave reconhe que os elétricos puros vêm se consolidando aos poucos nos grandes…
Com 133 mil emplacamentos no quadrimestre, vendas do segmento cresceram 21,5% este ano
Encarroçadora de ônibus contabilizou R$ 316,9 milhões no período. Produção, entretanto, recuou 5,9%.