Responsável pela constituição da FCA, executivo não resistiu a complicações após cirurgia no ombro
Por Redação | autoindustria@autoindustria.com.br
Sergio Marchionne, ex-CEO da FCA, morreu na quarta-feira, 25, aos 66 anos em decorrência de complicações após realizar cirurgia no ombro em um hospital de Zurique, na Suíça.
“Infelizmente, o que temíamos aconteceu. Sergio Marchionne, homem e amigo, se foi”, lamentou em comunicado John Elkann, CEO da Exor, holding da família Agnelli, controladora da fabricante de veículos. “Acredito que a melhor maneira de honrar sua memória é construir o legado que ele nos deixou, continuando a desenvolver os valores humanos de responsabilidade e abertura dos quais ele foi o mais fervoroso campeão.”
A causa da morte ainda não foi revelada.
Marchionne esteve por 14 anos no comando dos negócios, primeiro na Fiat, e desde 2011, com controle acionário da Chrysler pelo grupo italiano, foi o principal responsável pela formação bem-sucedida da FCA, em 2014.
A sucessão de Marchionne já estava programada para ocorre em abril do ano que vem, após o encerramento dos planos da empresa para o período 2014-2018. O agravamento da saúde do executivo, no entanto, apressou os passos da companhia. No sábado, 21, foi nomeado para o cargo Mike Manley, até então presidente executivo global para as marcas Jeep e RAM.
Marchionne construiu uma carreira de sucesso a partir de um jovem imigrante italiano no Canadá que chegou nos círculos corporativos europeus praticamente do nada para salvar a Fiat e, depois, usar os pontos fortes da Chrysler, principalmente no que diz respeito a utilitários esportivos, para transformar a empresa ítalo-americana em uma verdadeira companhia global.
Figura ímpar na indústria automotiva, Marchionne era conhecido por suas avaliações sinceras e espírito competitivo, além de exercer múltiplos papéis no conglomerado. Foi presidente e CEO da FCA, mas também presidente da Ferrari, da Maserati e da CNH Industrial.
Executivo visitava Brasil com frequência. Sob suas ordens, a FCA construiu a fábrica de Goiana, onde são produzidos os Jeep Renegade e Compass e a picape Fiat Toro.
Marchionne nasceu na Itália do pós-guerra onde viveu até os 14 anos, quando imigrou com a família para Toronto, no Canadá. Estudou filosofia, administração de empresa e direito antes de se tornar um contador. Ao longo da carreira foi reconhecido como especialista em impostos e, principalmente, um bem-sucedido estrategista de negócios.
No universo automotivo passou os últimos anos cruzando o mundo, administrando vários celulares ao mesmo tempo e vestido quase sempre de preto, mas nunca de terno. Uma prática que adotou para não ter que tomar mais uma decisão logo pela manhã.
Visitava o Brasil com alguma frequência. Sob suas ordens, a FCA construiu a fábrica de Goiana (PE), onde hoje são produzidos os Jeep Renegade e Compass e a picape Fiat Toro. A planta pernambucana, batizada de Complexo Industrial Jeep, foi a primeira em todo o mundo erguida após a criação da FCA, em 2014. Referência tecnológica e de qualidade, serviu de parâmetro para modernização das fábricas de Betim (MG) e Córdoba, Argentina.
Coube ainda a Marchionne divulgar, no início do mês passado, na Itália, o novo plano estratégico global do conglomerado para os próximos cinco anos e que tem como uma das principais diretrizes dobrar o lucro operacional do conglomerado até 2022.
LEIA MAIS
→Com problemas de saúde, Marchionne é substituído no comando da FCA por Mike Manley
→FCA: veículos elétricos na Europa e a etanol no Brasil.
Em apresentação no centro de testes da Fiat em Balocco, o executivo, antecipou a acionistas e jornalistas sua aposentadoria para o começo do ano que vem e projetou crescimento das vendas globais da FCA em 7% ao ano durante o novo ciclo.
Na oportunidade, anunciou que a empresa fechará seu atual ano-fiscal com lucro. Será a primeira vez que o azul predominará nas planilhas da empresa, desde a sua formação em 2009, quando a Chrysler foi comprada pela Fiat.
Para chegar ao resultado financeiro projetado para o quinquênio, a FCA investirá mais de € 40 bilhões nos próximos cinco anos, cerca de € 9 bilhões apenas no desenvolvimento de veículos híbridos e elétricos. Mais ainda: o próprio Marchionne durante seu pronunciamento o fim dos motores a diesel nos automóveis de passeio que a FCA produz e vende especialmente na Europa até 2021.
Fotos: Divulgação/FCA
Sindicato calcula o corte de 50 trabalhadores que estavam em licença remunerada
A atual primeira colocada Volkswagen tem 15,7% dos licenciamentos. Há um ano Jeep liderava com…
Vendas avançaram 45% em abril em relação há um ano
Presidente da Fenabrave reconhe que os elétricos puros vêm se consolidando aos poucos nos grandes…
Com 133 mil emplacamentos no quadrimestre, vendas do segmento cresceram 21,5% este ano
Encarroçadora de ônibus contabilizou R$ 316,9 milhões no período. Produção, entretanto, recuou 5,9%.