Além da valorização do dólar, carros nacionais ficaram mais competitivos, limitando atuação dos importadores em nichos
Apesar de a venda de veículos importados ter crescido acima da média do mercado em 2018, a participação dos veículos vindos de fora no mercado brasileiro ficou bem aquém do projetado pela Anfavea no início do ano. Ante estimativa de que alcançariam fatia de 15%, eles responderam por apenas 12,1% das vendas totais de veículos no País.
A valorização do dólar ao longo do ano foi sem dúvida um dos fatores que dificultaram a expansão do mercado de importados nos índices esperados tanto pelas montadoras como pelos importadores. A Abeifa, por exemplo, previa vendas totais de seus associados na casa dos 40 mil, mas elas acabaram ficando em 37,6 mil, 6% abaixo do projetado.
LEIA MAIS
→Importadores de veículos querem crescer 33% este ano
Outro fator, no entanto, tem dificultado os negócios dos importadores, como admite o presidente da Abeifa, José Luiz Gandini. Em função das exigências do Inovar-Auto, que vigorou até 31 de dezembro de 2017, os carros nacionais evoluíram tecnologicamente, ampliando a sua competitividade com os importados.
“O Kia Picanto, por exemplo, foi o primeiro automóvel comercializado aqui com câmera de ré”, lembra Gandini, também presidente da Kia Motors do Brasil. “Hoje é uma tecnologia já disseminada, assim como outras que já tinham há cinco ou seis anos.
O empresário também cita o SUV Sportage, o modelo de maior demanda da Kia no País, que teve 5.648 emplacamentos em 2018, 55,2% a mais do que no ano anterior. “Com a chegada de SUVs nacionais, como o Jeep Compass, a versão de entrada do Sportage teve demanda reduzida. As versões top é que são as mais procuradas”.
A saída para os importadores, dessa forma, é atuar principalmente em nichos de mercado, aqueles não cobertos integralmente pelos produtos nacionais. Das marcas representadas pela Abeifa, as que mais cresceram foram a Volvo Cars (alta de 95,6%, com total de 6.832 emplacamentos), a Jaguar (expansão de 44,8% e 1.812 licenciamentos) e a Kia (respectivamente, 39% e 11.719 unidades comercializadas).
Também a Byd, que atua principalmente no segmento de veículos elétricos pesados, teve desempenho acima da média, com evolução de 53,3% – de 30 unidades em 2017 para 46 no ano passado.
LEIA MAIS
→Volvo Cars amplia vendas em 94%
→BYD tira o pé dos automóveis elétricos no Brasil
Considerando os veículos importados pelas montadoras e por empresas sem fábrica no Brasil, foram comercializados no ano passado total de 310,5 mil veículos importados – alta de 27,2% sobre as 244 mil unidades do ano anterior.
Como o mercado em geral cresceu 14,6%, para um total de 2,56 milhões de unidades, a participação do segmento cresceu de 10,9% para 12,1%, índice não só abaixo do projetado pela Anfavea mas também inferior aos regisrrados em 2015 e 2016, que foram de, respectivamente, 16,1% e 13,3%.
Foto: Divulgação/Kia
Montadora entra com processo de dissídio coletivo e Justiça deve convocar reunião de mediação com…
Iniciativa busca acumular dados e experiência em diferentes climas e topografias pouco antes da produção…
Fiat tem 1,6 mil pedidos da Titano, mas só vendeu 43 em abril. Lançamentos da…
Tragédia no Rio Grande do Sul acende sinal amarelo pelos possíveis impactos na cadeia do…
Foram fabricadas 222 mil unidades, o melhor resultado dos últimos oito meses