Indústria

Dos 470 associados do Sindipeças, 360 são PMEs

Do total da base fornecedora, 3/4 faturam menos de R$ 65 milhões por ano

Os desafios e a própria sobrevivência da base de fornecedores das montadoras brasileiras permearam os debates realizados nesta segunda-feira, 22, no Encontro da Indústria de Autopeças, promovido pelo Sindipeças no São Paulo Expo, na capital paulista, às vésperas da abertura ao público da Automec 2019.

Do painel sobre as PMEs, pequenas e médias empresas, realizado no início da tarde, participaram George Rugitsky, diretor-geral da Freudenberg-NOK do Brasil,  Besaliel Botelho, presidente da Robert Bosch, David Wong, diretor da A.T. Kearney, e Cláudio Sahad, conselheiro do Sindipeças, que atuou como moderador.

Coube a George Rugitsky falar sobre o perfil do setor no Brasil. Segundo ele, das 470 associadas do Sindipeças, 360 – ou 76,6% do total, praticamente 3/4 – são PMEs. De acordo com o critério do Sindipeças, enquadram-se nesse perfil as empresas com faturamento de até R$ 65 milhões por ano.

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Um dado positivo ressaltado pelo executivo é que a idade média das pequenas e médias empresas no Brasil é de 33 anos. “E queremos vê-las por aqui pelo menos pelos próximos 33 anos”, comentou. “Para isso temos de nos preparar para investir rumo à Indústria 4.0, senão as peças importadas vão dominar”.

Pesquisa realizada pelo Sindipeças com 61 empresas indica que ainda há muito a avançar. So para citar alguns dados, 90% das consultadas não têm processos digitalizados e nem utilizam a Internet da Coisas. Do total, 81% não têm previsão orçamentária para implantação de processo produtivo totalmente digitalizado, necessário para a indústria 4.0.

De acordo com Rugitsky, é essencial hoje no setor que as empresas avaliem diversificação/reposicionamento do portfólio – visto que com o carro autônomo muita coisa sairá de linha e outras entrarão -, além de buscarem consolidação com outros fornecedores para complementação de linha. “As empresas têm de unir forças e buscar parcerias internacionais”.

Rugitsky citou o exemplo  da Freudenberg-NOK do Brasil, que prevê perder 50% do seu faturamento com o fim do motor a combustão. “Já estamos trabalhando com linhas de produtos voltadas à eletrificação e compramos uma empresa de bateria e outra de célula de combustível”.

Bezaliel Botelho, da Bosch, aproveitou o debate para destacar a importância de a base fornecedora investir não só em produtividade como também em qualidade. “São fundamentais os investimentos em processos produtivos para ter um produto com qualidade total”.

Botelho também falou do programa de apoio à base fornecedora desenvolvido pela Bosch, que abrangeu 25 fornecedores. “Em dois anos, as empresas participantes conseguiram ganho médio de produtividade de 75%. Teve caso de empresa que atingiu 125%. Agora estamos desenvolvendo uma segunda fase do programa, inicialmente com dois fornecedores, visando à Indústria 4.0”.


 

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Publicado por
Alzira Rodrigues

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