Empresa

Na Renault, metalúrgicos rejeitam proposta de lay-off

Montadora opta, então, pela extensão das férias coletivas até 3 de maio. Sindicato diz que não havia garantia do pagamento da PLR.

Ao contrário do que aconteceu nas fábricas da General Motors de São Caetano do Sul, SP, Gravataí, RS, e Joinville, SC, onde foram aceitas medidas de flexibilidade previstas na MP 936, os metalúrgicos do Complexo Industrial da Renault em São José dos Pinhais, PR, decidiram não avaliar proposta da montadora de promover lay-off para os funcionários da área produtiva.

A decisão foi tomada em plenária promovida pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, que optou por não colocar em ampla votação as medidas propostas pela Renault. A fabricante, por sua vez, informou nesta quinta-feira, 9, que decidiu prorrogar a paralisação das quatro fábricas do Complexo Ayrton Senna até 3 de maio. Inicialmente, haviam sido estabelecidas férias coletivas até 14 de abril.

De acordo com a Renault, as condições propostas pela empresa são melhores do que as estabelecidas na medida provisória 936, uma vez que os funcionários ligados à produção não teriam redução de salário.

Já o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, alega que o problema é que pela proposta da montadora não haveria garantia do pagamento da primeira parcela da PLR, Participação de Lucros e Resultados, deste ano, prevista para o próximo dia 10 de maio. A Renault está entre as montadoras que pagam maior valor de PLR no País, algo na faixa de R$ 24 mil anuais.

“Mesmo a empresa garantindo o pagamento de 100% do rendimento líquido, o trabalhador optou por reprovar a iniciativa, uma vez que ela não atenderia as expectativas nos quesitos data-base e PLR”, informa o sindicato.”É preciso levar em conta, ainda, que mesmo com a empresa garantindo 100% do salário líquido, os impostos recolhidos recaíram sobre um rendimento bruto superior, o que significaria mais um prejuízo para os metalúrgicos no momento”.

A primeira montadora a negociar lay-off em função do isolamento social imposto pelo Covid-19 foi a General Motors. Com exceção da fábrica de São José dos Campos, SP, todas as demais unidades da montadora no País aceitaram a adoção desse regime, com redução de salário da ordem de 5% a 25%, dependendo da faixa salarial.

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Por conta da paralisação das suas operações até 3 de maio, a Renault estabeleceu que o dia 15 de abril será considerado dia não trabalhado, a ser compensado futuramente, nos dias 16 e 17 haverá antecipação de feriados nacionais e novas férias coletivas valerão de 20 a 30 de abril. Dia 1º de maio é feriado nacional e 2 e 3 caem no final de semana, o que significa que a empresa retomará produção em 4 de maio.

O presidente do Sindicato da Grande Curitiba, Sérgio Butka, comentou que com a decisão tomada pelos metalúrgicos na última terça-feira, fica claro para a empresa que o trabalhador não vai aceitar redução salarial sem as garantias mínimas de manutenção de seus benefícios, e PLR é um deles. “É preciso que a Renault apresente uma proposta que olhe não só para os seus interesses, mas também que atenda as necessidades do seu trabalhador no curto, médio e longo prazos”. A Renault, segundo o sindicalista, emprega cerca de 7 mil trabalhadores.


 

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Publicado por
Alzira Rodrigues

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