As atividades no chão de fábrica no segmento de caminhões indicam já estarem ajustadas ao novo mercado dos tempos de pandemia. Apesar da retomada em ritmo menor, depois da paralisação entre fim de março e o início de maio, a produção entra no segundo semestre em alta.

No mês passado, as montadoras produziram 6,8 mil caminhões, volume 22,3% superior ao anotado em junho, de 5,5 mil unidades. Na comparação com julho de 2019, no entanto, quando foram produzidas 10,9 mil unidades, a queda se manteve expressiva de 37,5%.

“A pandemia tem afetado um pouco menos o segmento, especialmente pela demanda do agronegócio e de setores que sustentas as atividades essenciais, como transporte de alimentos, de higiene e saúde”, avaliou Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea, durante apresentação dos resultados da indústria automotiva, na sexta-feira, 7.

Segundo Bonini, a produção carrega o período no qual as fabricantes paralisaram as atividades como medida de segurança contra a covid-19 e, embora de maneira mais lenta e bem abaixo da capacidade, “a produção começa a acompanhar os volumes de vendas”.

O tombo provocado pelo fechamento temporário das fábricas fica mais evidente no resultado do acumulado do ano até agora. De janeiro a julho, saíram das linhas de montagem 41,5 mil caminhões ante 66,3 mil produzidos há um ano, uma queda de 37,3%.

No segmento de ônibus a situação se mostra bem mais dramática. Em julho, os pouco mais de 1,2 mil chassis produzidos representaram recuos de 10,7% em relação a junho com 1,3 mil unidades, e de 53,1% na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando foram produzidas 2,6 mil unidades.

No acumulado de janeiro a julho, o declínio chegou a 38,9% com 10,2 mil chassis montados contra 16,7 mil apurado há um ano. De acordo com Bonini, será o Caminho da Escola, o programa do governo para o transporte de alunos da rede pública de estados e municípios, que promoverá menores perdas. “Há entregas a serem feitas ainda por alguns meses.”

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Foto: Mercedes-Benz/Divulgação

Décio Costa
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