O Volkswagen Taos chegou ao mercado mercado brasileiro em junho como potencial ameaça ao Jeep Compass, líder entre os SUVs médios desde seu lançamento, em 2016. Mas, apesar de elogiado pelo projeto, segurança e nível de equipamentos, o modelo fabricado na Argentina parece não ter sido notado pela maior parte dos consumidores do segmento e segue muitíssimo distante do concorrente nos emplacamentos.

De junho de 2021 a janeiro passado, foram licenciadas somente 8,7 mil unidades do SUV, média mensal inferior a 1,1 mil. No mesmo período, o Compass, que em abril  de 2021 passou por discreto face-lift e ganhou o  reforço do novo motor 1.3 turbo flex, acumulou 49,3 mil emplacamentos, cinco vezes mais, portanto.

Mesmo considerando a aceleração gradual de sua produção em Pacheco — inclusive com paralisação em alguns períodos devido à falta de componentes, a diferença no número de unidades negociadas é gritante, ainda mais sabendo-se do poderio da rede de concessionárias Volkswagen, que conta com pelo menos 500 pontos, mais que o dobro da Jeep, que tem perto de 200 lojas.

Nesses oito meses, o melhor resultado de vendas do Taos aconteceu em outubro, quando 1.682 unidades foram emplacadas. Por outro lado, o pior desempenho do Compass nesse período foi em janeiro, com 4,9 mil unidades vendidas — novamente cinco vezes mais do que o Taos, que acumulou somente 946 licenciamentos.

Apesar de não ter revelado quanto espera vender no Brasil, a Volkswagen nunca escondeu que tinha, sobretudo, os números do Compass como um referencial. Em seu lançamento, Pablo Di Si, CEO na América do Sul, disse que, por ser “o automóvel mais sofisticado já produzido pela Volkswagen na região”, ele colocaria  a marca em um patamar superior do mercado”

Como produto, pode ter acertado. Mas se a referência eram as vendas…

Lançado um mês antes, o Toyota Corolla é outro concorrente direto a comprovar que o SUV da Volkswagen ainda precisa melhorar muito seu desempenho para figurar entre os primeiros colocados no ranking de utilitários esportivos médios ou ao menos diminuir o abismo estabelecido até agora entre eles.

Na mesma comparação de junho e  janeiro, 34,8 mil unidades do Cross chegaram às ruas, quatro vezes mais do que o Taos. Com quase 2,5 mil negociadas em janeiro, o Toyota é o 9º SUV mais vendido do Brasil, enquanto o Taos aparece na modestíssima 18ª colocação.

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O  modelo argentino é o quarto SUV da Volkswagen oferecido no mercado brasileiro, ao lado do T-Cross e Nivus, ambos fabricados no Paraná, e do mexicano Tiguan. Somados, os quatro utilitários esportivos acumularam 110,1 mil licenciamentos em 2021 e asseguraram à Volkswagen 16,5% de participação no segmento, a segunda maior fatia, atrás somente da Jeep, que deteve 21%.

O  T-Cross é o SUV mais vendido da VW, alcançou 62,3 mil emplacamentos no ano passado, abaixo apenas dos Jeep Renegade (73,9 mil) e Compass (70,9 mil) e do Hyundai Creta (64,7 mil). O Nivus passou de 36,6 mil licenciamentos enquanto o Tiguan, o SUV de maior porte da linha, somou apenas 3,4 mil unidades.


Foto: Divulgação

George Guimarães
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