Odesempenho do mercado interno de veículos nos últimos meses não tem animado as montadoras. Em janeiro, os licenciamentos cresceram somente 12% sobre igual mês do ano passado, período de fábricas paralisadas por conta da falta de componentes.

A Anfavea, entidade que congrega as fabricantes de veículos leves e pesados, projeta para 2023 crescimento de não mais do que 3% nas vendas internas e de recuo nessa mesma ordem das exportações.

Esse cenário de curto prazo, com certeza, pesou para que a Stellantis, maior fabricante do País com cerca de um terço das vendas, tenha confirmado nesta quinta-feira, 23, a decisão de encerrar o segundo turno de produção de sua fábrica de Porto Real, RJ, a partir de 6 de março.

A unidade, base produtiva do Peugeot 2008, Citroën Cactus e do recém-lançado Citroën C3, vinha operando no regime de dupla jornada desde meados do segundo semestre do ano passado, sobretudo em decorrência da chegada do mais novo modelo e após dois anos e meio trabalhando em apenas um turno.

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Para isso, foram contratados 340 trabalhadores temporários — 20% do então quadro de funcionários —, contigente que não terá o vínculo renovado agora, apesar de a empresa assegurar que a produção de motores seguirá em dois turnos de trabalho.

O novo C3 é fabricado sobre a plataforma CMP, introduzida em Porto Real ao custo de R$ 220 milhões e, segundo  a Stellantis, o modelo compacto tem índice de nacionalização acima de 70%.

A montadora se manifestou apenas por meio de nota oficial, na qual justificou a medida como decorrência do potencial encolhimento das exportações:

“A Stellantis readequou o planejamento industrial da unidade de Porto Real, a fim de adaptar o seu ritmo produtivo ao nível de demanda do mercado externo. A unidade passa a concentrar a produção de automóveis em um turno de capacidade ampliada, com maior eficiência e agilidade para melhor responder às demandas de mercado. Em razão desse ajuste, foi necessário antecipar o término dos contratos com prazo determinado e temporário, em sua maioria contratados para atender à necessidade imediata de aumento de produção”.

No mesmo texto, a Stellantis chamou de “fake news” nota que vem sendo replicada no WhatsApp e que afirma que a fábrica sul-fluminense será fechada e sua produção transferida para Betim, MG:

“Não é uma informação verdadeira. Trata-se de uma clara fake news. A planta de Porto Real é um ativo importante e estratégico para a empresa, abrigando a produção dos modelos Peugeot e Citroën e seus motores. A planta continuará a dar sua contribuição para a empresa manter-se na liderança do mercado brasileiro, argentino, chileno e sul-americano. ”

Para reforçar, a montadora diz que Porto Real já em março terá “linhas de produção ajustadas e preparadas para receber novos modelos que produzirá no futuro”.


Foto:  Divulgação

George Guimarães
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