O estoque nas redes de concessionárias de carros com desconto entregues pelas montadoras no final de junho como parte do pacote de incentivos definido pela MP 1.175 garantiu bons números para o setor em julho, o melhor mês do ano até agora.

As vendas de veículos leves atingiram 215,6 mil unidades, o que representou alta de 27% sobre julho de 2022 e de 20% sobre o mês anterior, quando foram emplacadas 179,7 mil unidades. Foi o melhor desempenho mensal em 31 meses, só inferior ao de dezembro de 2020, quando o mercado de leves licenciou 232 mil veículos. Foi também o melhor julho desde 2019.

Os números, ainda preliminares, evidenciam o sucesso do programa de incentivos divulgado pelo governo federal em 5 de junho, conhecido inicialmente como pacote do “popular” e posteriormente como do “carro mais acessível”. Graças aos incentivos do governo, foi garantido desconto para modelos com preço até R$ 120 mil na faixa de R$ 2 mil a R$ 8 mil.

Alguns carros, como o Renault Kwid e Fiat Mobi, chegaram a ter abatimento de R$ 10 mil a partir de ação adicional das respectivas montadoras para incentivar o brasileiro a procurar as concessionárias e realizar o sonho de ter um 0 km. No acumulado de janeiro a julho foram comercializados 1.150.213 veículos leves, expansão de 12,7% sobre idêntico período do ano passado (1.020.462).

A Fenabrave, que representa os concessionários, deve divulgar os números oficiais das vendas de julho nesta quarta-feira, 2, e a Anfavea promete anunciar os números do setor, incluindo também produção e exportações, na próxima segunda-feira, 7, ou terça-feira, 8.

Na coletiva do mês passado, o presidente da associação das montadoras, Márcio de Lima Leite, já havia previsto um resultado altamente positivo em julho. Ele informou que dos 150 mil automóveis e comerciais leves beneficiados pelo pacote do “popular”, só 54 mil tiveram emplacamento efetivado em junho. Ou seja, perto de 96 mil seriam desovados no mês passado, como efetivamente aconteceu.

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Apesar de ter sido uma medida de curtíssimo prazo, Leite avaliou que a MP 1.175 foi uma excelente iniciativa para aquecer o mercado de automóveis e comerciais leves e reduzir os estoques nas montadoras e nas redes. “O importante foi que ela evidenciou haver grande potencial de demanda reprimida por veículos 0 km”, destacou o executivo na ocasião.


Foto: Pixabay

Alzira Rodrigues
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