Após apresentar cenário desalentador do último trimestre tanto em produção como em vendas dos segmentos de leves e, principalmente, caminhões, o presidente da Anfavea, Igor Calvet, disse que não reveria as projeções para este ano, de crescimento de 5% nas vendas internas e de 7,8% na produção.
“As projeções estão mantidas. Vou ter de trabalhar mais, mas mantemos as metas”, garantiu o executivo, sem esconder, contudo, que não vai ser fácil recuperar nos últimos três meses deste ano as perdas do terceiro trimestre.
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Para atingir a produção estimada, o crescimento neste último trimestre em relação ao mesmo período de 2024 tem de ser da ordem de 12,9%. Ante alta de 6% no acumulado até janeiro, a Anfavea mantém meta de elevação de 7,8%, para 2,75 milhões de veículos, entre leves e pesados.
No caso do mercado interno, é preciso uma expansão de 10,1% para cumprir projeção de aumento de 5% (2,59 milhões de unidades), sendo que no acumulado dos nove meses a expansão é de apenas 2,8%.
No comportamento trimestral, as vendas de veículos cresceram 7,2% no primeiro e 2,9% no segundo, mas caíram 0,4% no terceiro.
O comportamento do segmento de leves foi de altas de 7,1%, 3,2% e apenas 0,4%, na mesma ordem, enquanto nos pesados o índice foi positivo em 8,8% no primeiro trimestre, mas negativo nos dois período subsequentes, com queda de 5,5% e 14,2%.
Em meados do ano a Anfavea reviu para baixo as projeções do mercado interno, que antes era de expansão de 6,3%, e manteve a de produção por conta das exportações que crescem bem acima do previsto no início do ano (índice positivo foi revisto de 7,5% para 38,4%).
Calvet admitiu que os desafios são grandes, dizendo que o mercado interno, por exemplo, inspira muitos cuidados. “Continua havendo aumento do crédito, mas os juros estão altos e a inadimplência também”, comentou. “As exportações seguem bem, mas o fim do acordo com a Colômbia e a desaceleração do mercado mexicano também preocuparam”.
O terceiro trimestre, segundo afirmou, foi difícil para todos os segmentos. Apesar de o mercado de caminhões ser mais desafiador, o de leves já enfrenta problemas no varejo, que desacelerou no acumulado do ano, deixando claro que as pessoas físicas estão com mais dificuldade de aquirir um 0 km do que antes.


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