Por Lael Costa

Se realmente o segmento de veículos pesados se mostra como um termômetro da economia, não seria temoroso dizer que o País já avançou alguns degraus acima do fundo do poço. Ainda que lentamente, o mercado volta a bater na porta das fábricas, como refletem os números divulgados pela Anfavea.

De acordo com os dados da associação que reúne as fabricantes de veículos no Brasil, em setembro, as montadoras negociaram 4.540 caminhões, alta de 8,2% sobre o mesmo mês do ano passado, quando o mercado absorveu 4.194 unidades. O volume, porém, é 6,1% menor na comparação com os emplacamentos registrados em agosto, de 4.834 caminhões.

Para Rogelio Golfarb, vice-presidente da Anfavea, a queda apurada de um mês para o outro se explica pelo menor número de dias úteis em setembro. “É evidente o processo de recuperação do mercado de caminhões. Já temos uma sequência de resultados positivos desde maio.”

No acumulado do ano até setembro, os emplacamentos alcançaram 35.364 caminhões, recuo de 9% na comparação com o volume de um ano antes, de 38.865 unidades. Cabe destacar que o mercado de caminhões começou o ano com queda de 30%. Pelas previsões da Anfavea, as vendas de veículos pesados em 2017, no caso a soma de caminhões e ônibus, deverão registrar alta de 3,6%, para 64.000 unidades, contra 61,7 mil licenciados no ano passado.

O desempenho da produção também revela fortes de sinais de retomada do segmento. Os 7.599 caminhões produzidos em setembro representaram alta de 56,8% sobre o mesmo mês do ano passado.  No acumulado do ano, outra alta expressiva, de 27,3%. De janeiro a setembro, foram produzidos 59.044 caminhões contra 46.383 de um ano antes.

O ritmo aquecido no chão das fábricas se deve também ao bom momento pelo qual atravessa as exportações. As remessas acumulam um crescimento de 40,9% até setembro, para 21.940 unidades.

Ônibus – Os sinais de reação seguem também no segmento de chassi. Em setembro, ganharam as ruas 865 ônibus, volume 23,4% superior em relação aos 701 vendidos no mesmo mês do ano passado. Como nos caminhões, a cada mês o mercado de chassis reduz a queda acumulada nos últimos anos. De janeiro a setembro, as 8.562 unidades licenciadas representaram recuo de 7,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

Nas fábricas, a produção de chassi ao longo do ano até setembro apontou alta de 11,6%, para 16.155 unidades produzidas. Nos mesmos nove meses do ano passado o volume foi de 14.482 chassis.

Já nas exportações de ônibus, o resultado positivo só se mostra na comparação mensal, os 995 chassis embarcados representam alta de 15,3% sobre agosto, quando foram exportadas 863 unidades, mas 9% menor em relação ao exportado um ano antes (1.094). No acumulado no ano, a queda nas remessas é de 3,5%: 6.740 contra 6.984 chassis.


Foto: Volvo Trucks/Divulgação

Décio Costa