Por Joel Leite

Mesmo com apenas 18 dias úteis, fevereiro teve um crescimento de 14,6% nas vendas em relação a fevereiro do ano passado, que contou com um dia útil a mais. O segundo mês do ano registrou total de 151.680 unidades vendidas, contra 132.416 do mesmo mês de 2017. O Detran permaneceu fechado na segunda e na terça-feira de Carnaval, portanto não houve licenciamentos, sendo que na quarta-feira de cinzas o órgão funcionou apenas meio dia.

O volume mensal ainda é fraco, o pior dos últimos doze  meses, mas as vendas diárias cresceram e se mantêm na média de 8 mil unidades. Foram exatamente 8.427 veículos por dia no mês passado, contra 7.980 em janeiro.

A comparação com janeiro mostra ainda queda de 13,6%: foram negociados  175.553 unidades no primeiro mês do ano, que teve quatro dias úteis a mais e média diária de 7.980 unidades.

As vendas diárias são o melhor indicador de como vai o mercado e o resultado acumulado no ano confirma o bom momento do setor: com 327.233 unidades nos dois primeiros meses, 2018 registra crescimento de 18,6% sobre o mesmo período do ano passado, índice muito superior ao crescimento previsto pela indústria no ano, de 11,3%.

A GM repete mais uma vez o bom desempenho que tem tido nos últimos tempos, mantendo uma folgada liderança. Em fevereiro a empresa vendeu 27.386 unidades e obteve 18,1%. Volkswagen e Fiat aparecem em segundo e terceiro lugares e a Hyundai passou a Ford, sendo a quarta marca mais vendida no mês.

 

MARCAS MAIS VENDIDAS

MarcaMil UnidadesVariação (%) 20/21
1° Fiat Fiat102,4 34,5
2° Volkswagen Volkswagen86,0(-0,4)
3° General Motors Chevrolet74,8(-21,0)
4° Hyundai Hyundai47,1 9,5
5° Jeep Jeep34,0 29,0
6° Renault Renault33,3(-19,4)
7° Toyota Toyota33,1(-20,6)
8° Honda honda20,8(-13,6)
9° Nissan nissan17,1(-20,5)
10° Ford Ford16,2(-63,0)
jan-março/2021

 

• Polo confirma quarto lugar

  As primeiras posições no ranking de vendas por modelo parecem bastante consolidadas, com o Chevrolet Onix disparado na frente (vendeu 12.795 unidades em fevereiro) e Hyundai HB20 e Ford Ka na segunda e terceira posições, embora bem distantes do líder. O HB20 vendeu 7.364 e o Ka,6.570.

Em seguida, há uma mistura de carros com grande tradição no mercado e modelos novos, que avançam em busca dos primeiros postos do ranking. O VW Polo, por exemplo, confirma a boa aceitação no mercado e cravou a quarta posição em fevereiro, com 4.939 unidades. O Renault Kwid, outro modelo novo que está obtendo a preferência e que somou 4.505 unidades vendidas em fevereiro, vem na sequência.

Mas nas posições seguintes aparecem dois velhos campeões de venda: o VW  Gol, sexto colocado, com 4.490 unidades, e a picape Fiat Strada, com 4.138.

O Corolla se mantém como o único sedã médio entre os líderes e a lista dos dez mais é fechada com o Chevrolet Prisma e o Jeep Compass, este líder entre os utilitários esportivos. Logo a seguir, três SUVs: Honda HR-V, Nissan Kicks e Hyundai Creta brigam por uma vaga entre os mais vendidos, sendo que os Fiat Argo, Mobi e Toro também estão bem próximos da lista dos dez mais, todos eles com vendas acima das 3 mil unidades.

Em seu primeiro mês de mercado o Virtus, novo sedã da Volkswagen, derivado do Polo, ficou em um discreto 34º lugar, com 1.456 unidades vendidas.

• Carro voador

No passado, o carro do futuro, ou seja, o carro do presente, era um carro voador. Profetas e videntes imaginavam bólidos com design enérgico, provocador, protagonizando um mundo como o dos Jetsons (série de TV de Hanna-Barbera exibida originalmente entre 1962 e 1963).

A Nasa, agência espacial estadunidense, criou um protótipo de avião pessoal, com dois motores elétricos, mas o projeto, que já tem mais de dez anos, é bastante desconfortável, pois obriga o único ocupante a viajar de bruços, como um pássaro: é quase uma ”roupa voadora”, na qual o piloto tem que se encaixar na cabine de comando. O veículo voador da Nasa não decolou comercialmente.

O fascínio pelo veículo voador vem desde a criação do carro. E, a rigor, já foi inventado. Vinte anos depois que Karl Benz colocou em funcionamento o primeiro motor à combustão interna, em 29 de janeiro de 1886, Santos Dumont faria a primeira decolagem autopropulsada com o 14-Bis, em Paris, em 23 de outubro de 1906.

Mas avião é avião. Carro voador tem outra utilidade, é um veículo individual, monoposto ou no máximo para quatro pessoas, como um carro normal. E esse ainda não decolou.

Mas as tentativas continuam e surgem mais alternativas. A empresa holandesa Pal-V anunciou o lançamento de seu primeiro produto, o carro voador Liberty, e promete apresentá-lo ao público no Salão de Genebra, que acontece este mês na Suíça.

Será o primeiro carro voador de produção em série do mundo, um triciclo com duas rodas traseiras e uma dianteira — a propósito, o mesmo formato do primeiro veículo de Karl Benz —, impulsionado por dois motores e uma hélice retrátil de tipo telescópico. Para decolar, o Liberty precisa de uma pequena área, apenas alguns metros de pista.

Tecnicamente o Liberty está pronto, mas ainda não tem autorização pra voar. Para isso serão necessárias as certificações ambientais e de segurança, mas, segundo o fabricante, ele já atende aos padrões legais para a circulação de terra e ar nos EUA e Europa Ocidental.

Outro lançamento previsto para os próximos meses é o EHang, um voador com controle autônomo e motores elétricos, projetado para transportar dois passageiros. O veículo, uma espécie de drone tripulado, está sendo testado na China (mais de 1000 horas de vôo), dois anos depois de sua primeira aparição numa feira em Las Vegas.O Ehang tem oito motores elétricos, velocidade de 100 km/h e autonomia de 23 minutos.

* Joel Leite é jornalista, palestrante e criador da Agência AutoInforme, agência especializada no setor automotivo

George Guimarães
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