No mesmo dia em que os sindicalistas do ABC conseguiram agendar reunião com dirigentes da Ford na matriz, nos Estados Unidos, metalúrgicos realizaram passeata em São Bernardo do Campo, SP, contra a decisão da montadora de fechar a planta local.

A passeata começou na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, percorreu a principal rua comercial do município e terminou na praça da Igreja Matriz, onde houve um ato inter-religioso com a participação de trabalhadores de outras categorias, centrais sindicais e lideranças políticas.

Também esteve presente o ex-diretor do Sindicato do ABC, Valter Sanches, que atualmente é secretário-geral da IndustriALL Global Union – federação sindical global que representa cerca de 50 milhões de trabalhadores dos setores de manufatura, mineração e energia em mais de 140 países.

O dirigente, que hoje vive em Genebra, na Suíça, deu um panorama do que vem acontecendo com o setor automotivo no mundo e disse que a federação também está se mobilizando para ajudar nas ações contra o fechamento da fábrica.

“Infelizmente estamos vendo a indústria automotiva mundial num processo de reestruturação, com fechamento de unidades, o que é muito preocupante. A Ford está anunciando fechamento de fábrica na Rússia, na França, de um turno de trabalho na Alemanha e, agora, a de São Bernardo. É importante esclarecer que o impacto vai muito além dos trabalhadores e suas famílias. São também impostos que deixam de ser arrecadados, é muito ruim para os países”, comentou Sanches.

Também nesta quinta-feira, 7, a Ford marcou encontro para as 15h (17h pelo horário local) em Dearborn, que tem a participação do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, do ex-presidente Rafael Marques, e do coordenador do Comitê Sindical na Ford, José Quixabeira de Anchieta.

O ato de protesto em São Bernardo foi coordenado pelo secretário-geral do sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva, que fez questão de destacar que a mobilização pela manutenção da Ford está envolvendo todos os metalúrgicos do ABC.

“Toda nossa categoria está muito empenhada e solidária a esta luta. Não serão apenas os metalúrgicos na Ford que serão impactados, mas todos os trabalhadores da região. Independente do resultado da reunião nos EUA, vamos realizar uma assembleia na próxima terça-feira, 13, e decidir com os companheiros quais serão os próximos passos. Vamos nos manter unidos e em protesto até a Ford dizer que fica”, afirmou.


Foto: Divulgação/SMABC-Adonis Guerra

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