Veículos integralmente autônomos demandarão ainda uma boa caminhada até chegarem as ruas. Isso se, de fato, chegarem! A dúvida surgiu em seminário nos Estados Unidos nesta semana, após palestra de Farid Khairallah, diretor de unidades de controle de segurança da ZF.
O executivo, destaca a publicação especializada Automotive News, afirmou que as montadoras começam a se convencer de que veículos de nível 5 de autonomia, aqueles que dispensarão volante e pedais e farão tudo rigorosamente sozinhos, poderão ser mais caros e tecnicamente complexos do que supunham.
“A percepção da indústria, há alguns anos, era de que isso seria uma estrada pavimentada com ouro. Mas agora, de forma mais sóbria e prática, ela vê que não é tão fácil chegar até lá. Toda a indústria está repensando suas estratégias e o que elas querem fazer com isso”, revelou.
A informação é de ótima fonte. Afinal, Khairallaha trabalha em uma das empresas globais mais empenhadas no desenvolvimento de tecnologias de condução autônoma, fornecedora e parceira de todos os grandes fabricantes de veículos e empresas de tecnologias.
Para ser 100% seguro todo o tempo, afirma Khairallaha, um carro nível 5 necessitaria de capacidade de processamento de dados 1 milhão de vezes maior do que dispõem os automóveis atuais. Só assim conseguirá reconhecer e reagir a todas as situações de tráfego.
E essa capacidade de processamento poderia tornar um veículo proibitivamente caro e tecnicamente pesado. Toda os eletrônicos associados, ponderao executivo, precisariam de seus próprios sistemas de refrigeração, por exemplo.
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O diretor da ZF afirmou que veículos de nível 2, que se locomovem e param sozinhos, mas exigem sempre um motorista ao volante, são, ainda, a solução mais viável na visão da maioria das montadoras.
Ainda assim, seu alto custo de desenvolvimento já tem obrigado parcerias entre montadoras e empresas concorrentes. “Muitas empresas não podem fazer isso sozinhos. A homologação, coleta e armazenamento de dados são muito caros. Elas estão unindo forças para compartilhar o investimento .” O que dirá então um veículo nível 5.
Foto: Divulgação