O mercado de varejo de motocicletas cresceu quase 15% em 2019 e somou 1.077,0 milhão de unidades, patamar há anos não atingido no Brasil. Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, entidade que congrega as fabricantes, aponta a queda dos juros associada ao aumento da oferta de crédito como os dois principais fatores que impulsionaram os negócios.

A entidade estima novo crescimento da ordem de 6,5% nos emplacamentos em 2020, para algo perto de 1.140,0 milhão de motos. “Mas não temos um cenário claro, é um ano de eleições municipais”, pondera Fermanian, admitindo até resultado superior no fim do ano.

Impulsionada pelo bom andamento na ponta do consumo, a produção também apontou para cima novamente e alcançou pouco mais 1,1 milhão de unidades, 6,8% a mais do que no ano anterior. O resultado coloca o Brasil como o oitavo maior produtor mundial de motocicletas.

Ainda assim, o número é baixo com relação à capacidade instalada. As associadas da Abraciclo, concentradas no Polo Industrial de Manaus (AM), contam com cerca de 12,1 mil funcionários diretos e estrutura produtiva para até 3 milhões de motos anuais. O melhor resultado, porém, foi alcançado em 2008 e 2012:  acima de 2,1 milhões de unidades.

O número registrado no ano passado repete patamar de 2004 e 2005, uma década e meia atrás. E as montadoras esperam fabricar 1.175 ,0 milhão este ano, 6,3% a mais.

O volume poderia ser maior, caso as exportações estivessem em outro momento que não o verificado ao longo dos últimos cinco anos, com volumes cada vez menos expressivos.

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Em 2019, elas recuaram novamente, acima de 40%, para perto de 38,6 mil unidades, e a Abraciclo projeta nova queda da ordem de 28% em 2020, com algo próximo de 28 mil motos deixando o País.

O motivo de embarques cada vez mais raros é o mesmo de boa parte da indústria brasileira: a crise na Argentina, que consumia 70% das exportações do setor e em 2019 ficou abaixo dos 50%. Os argentinos compraram 46 mil unidades em 2018 e somente 16 mil no ano passado.


Foto: Divulgação

 

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