Indústria

Vendas de máquinas recuam 24% em abril

Crise sanitária torna produtor rural fica mais cauteloso para investir em bens de capital

No mês passado, as fabricantes de máquinas agrícolas e rodoviária entregaram nas concessionárias 2,4 mil unidades, quedas de 23,9% na comparação com abril do ano passado, quando registrou 3,1 mil máquinas, e de 41,8% em relação a março, com 4,1 mil unidades faturadas na rede.

No acumulado até abril, as 11,8 mil máquinas negociadas representaram uma queda de 4,6% em relação ao volume registrado há um ano, de 12,4 mil unidades.

Os números revelados na sexta-feira, 8, pela Anfavea, apresentam um comportamento distinto dos mercados de veículos em geral, que praticamente estão paralisados desde a segunda quinzena de março, com as medidas de segurança adotadas contra a pandemia da coovid-19.

Momento de cautela para investir

Pela leitura do Alfredo Miguel Neto, vice-presidente da Anfavea para o segmento de máquinas, a tendência de queda se deve mais às incertezas do momento do que propriamente a questão sanitária.

“O campo não parou. Segue pujante com a produção de alimentos e expectativa de mais uma safra recorde. Só de soja, deverá ultrapassar 250 milhões de toneladas. Mas o produtor ficou mais cauteloso com os investimentos, procurando manter o caixa e capacidade para honrar compromissos.”

A análise do representante da Anfavea considera o comportamento dos desembolsos realizados pelo BNDES, especialmente o Moderfrota, linha de crédito para compra de máquinas agrícolas. Enquanto na semana do dia 13 de abril o banco liberou R$ 234 milhões, na seguinte, apenas R$ 44 milhões foram concedidos.

Readequação de fábricas

No chão de fábrica, as montadoras produziram em abril 1,7 mil máquinas, volume 60,3% menor em relação às 4,4 mil produzidas no mesmo mês do ano passado. Na comparação com março, quando saíram das linhas 4,2 mil unidades, a queda foi de 59%.

De acordo com Miguel Neto, o resultado é consequência direta das paralisações ocorrida na indústria do segmento, em média, de 20 dias, para readequações de segurança de acordo com as recomendações da OMS e Ministério da Saúde.

“A interrupção na produção não prejudicou o campo devido aos estoques nas concessionárias. As fabricantes já voltaram com a produção ainda que em parte delas com 40% a 50% do quadro de funcionários.”

Com todos os mercados afetados pela pandemia, também as exportações se apresentam em queda. No mês passado, embarcaram somente 477 máquinas contra 1,2 mil registradas em abril de 2019, um tombo de 62,1%. De janeiro a abril, o volume chegou a 2,8 mil unidades, retração de 28,5% ante 3,9 mil registradas há um ano.

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Foto: CNH Industrial/Divulgação

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Publicado por
Décio Costa

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