Em outubro, completarão três anos que Pablo Di Si deixou o comando da Volkswagen Argentina para vir ao Brasil e, daqui, como CEO, comandar as operações da montadora na America Latina. Desde o início, o executivo não escondeu que um de seus principais objetivos, no curto prazo, era levar a então terceira colocada Volkswagen novamente à liderança do mercado brasileiro, o maior da região, onde esteve ao longo de quase quatro décadas.

Pois, a julgar pelo desempenho da marca nos últimos meses, “curto prazo” de  Di Si pode ser até o fim de 2020. Prova disso é a curva de vendas que vem sendo desenhada desde então e especialmente no último bimestre.

A Volkswagen liderou as vendas de automóveis e comerciais leves em junho e repetiu a dose no mês passado até com mais tranquilidade. Somou quase 31,5 mil licenciamentos em julho, contra 28 mil da GM, números equivalentes a participações de 19,3% e 17,2%, respectivamente.

O resultado chama a atenção ainda pelo desempenho do T-Cross. Com 10,2 mil emplacamentos, o utilitário esportivo compacto foi o carro da marca mais vendido no mercado interno, ultrapassando o Chevrolet Onix, líder disparado de vendas nos últimos anos.

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Também nos primeiros sete meses, o modelo, lançado no primeiro semestre de 2019, aparece como o Volkswagen mais negociado, com 30,8 mil unidades, à frente do veterano Gol (29,2 mil) e também — pela primeira vez no acumulado — na ponta do segmento de SUVs, o mais concorrido e responsável por quase um terço das vendas nacionais, e que vinha sendo dominado pelo Jeep Renegade.

A  Volkswagen, nem qualquer outra montadora, esteve tão próxima de desbancar a General Motors do primeiro lugar nos últimos quatro anos. De janeiro a julho, a diferença entre elas é de somente 6,8 mil veículos ou 0,6 ponto porcentual.

No encerramento de 2017, ano em que Di Si assumiu a operação, a GM detinha 18,1% de penetração e a Volkswagen  aparecia ainda atrás da Fiat com 12,5% — 5 pontos porcentuais a mais do que agora.

Já em 2018 essa vantagem diminuíra para menos da metade, 2,7 pontos (17,6% contra 14,9%), e para 2,3 pontos no fim de 2019, quando a Volkswagen respondeu por 15,6% dos licenciamentos e a GM por 17,9%.

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Se a disputa pela liderança exigirá esforços multiplicados de vendas de VW e GM nos últimos cinco meses de 2020, a briga pelo quarto e quinto lugares — já que Fiat, com 14,5%, está consolidada na terceira posição — não será muito diferente e envolve o dobro de marcas.

De janeiro a julho, a Hyundai tem levado vantagem e estabeleceu fatia de 8,4% ao somar 78,4 mil licenciamentos. A Renault  (71,2 mil) vem logo atrás, com 7,7% de participação, mas tendo coladas Ford ( 71 mil e 7,6%) e a Toyota (68,9 mil e 7,4%).

O desempenho da Jeep no ano surpreende também. Com apenas dois modelos de volume, Renegade e Compass, a marca ultrapassou a Honda e assumiu o oitavo lugar, com fatia de 5,2%,  ao vender 48,1 mil unidades nos primeiros sete  meses.

Assim, somados os emplacamentos de Fiat e Jeep, total de equivalente a 21,1%do mercado, a FCA pode requerer a liderança no Brasil. Resta saber se Di Si, Volkswagen ou GM concordarão com o critério.


Foto: Divulgação

George Guimarães
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