Em função das mudanças de layout nas áreas produtivas para garantir o distanciamento social imposto pela Covid-19, as fabricantes de motocicletas não estão conseguindo suprir a atual demanda do mercado brasileiro, que enfrenta falta de produtos e fila de espera para retirar os veículos.

A produção limitou-se a 90.880 unidades em outubro, volume 13,5% inferior ao de setembro (105.046 unidades) e 16,7% abaixo do registrado no mesmo mês do ano passado (109.118).

“O maior distanciamento entre os postos de trabalho gera aumento no tempo de produção das motocicletas”, explicou o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, ao divulgar os dados do setor nesta quinta-feira, 12.

Instaladas no PIM, Polo Industrial de Manaus, as fabricantes acumulam produção de 784.421 motocicletas nos dez primeiros meses de 2020, retração de 17% na comparação com o mesmo período de 2019 (945.568 unidades).

Ao admitir que o setor ainda enfrenta um desequilíbrio entre a produção e a demanda, Fermanian atribui esse descompasso a três fatores: muitas pessoas adotaram a moto como um meio de transporte seguro para evitar a aglomeração do transporte público, outras passaram a utilizá-la como instrumento de trabalho e fonte de renda e os cotistas contemplados pelo consórcio buscam produtos originalmente designados em seus planos.

O executivo deixa claro, no entanto, que a atual estrutura produtiva será mantida enquanto houver riscos de disseminação do coronavírus, “pois a prioridade no setor é assegurar a saúde do colaborador”.

Com relação a problemas de abastecimento de insumos relatatos por alguns fabricantes, Fermanian faz questão de destacar que isso ainda não impactou as linhas de produção. E revela aumento no número de empregados no setor:

“De acordo com dados da Suframa, Superintendência da Zona Franca de Manaus, estamos com 12,8 mil empregados atuando diretamente na indústria de motocicletas, número que estava aem 12.159 em dezembro do ano passado”.

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A Abraciclo já revisou as projeções para o ano, estimando agora uma produção de 937 mil motocicletas, o equivalente a uma retração de 15,4% na comparação com 2019. Com relação ao varejo, as vendas em outubro somaram 96.114 unidades, queda de 3,5% na comparação com setembro (99.609) e de 2,3% sobre mesmo mês de 2019 (98.338).

Exportações

Os fabricantes de motos exportaram somaram 25.983 unidades no acumulado dos dez primeiros meses deste ano, o que representou redução de 19,5% sobre o mesmo período do ano passado (32.284).

A Argentina mantem o posto de principal parceiro comercial, com 8.441 motocicletas e 34,4% de participação no volume total exportado. O ranking dos três principais compradores é complementado pela Colômbia (5.136 unidades e 20,9% de participação) e Estados Unidos (4.591 unidades e 18,7%).


Foto: Divulgação/BMW Motorred

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