Aindústria de motocicletas não está conseguindo suprir a atual demanda do mercado, mas está adiando investimentos na ampliação da oferta por causa do momento atual, marcado pela imprevisibilidade quanto ao ritmo de vacinação no Brasil e também pelo receio de uma terceira onda da Comvid-19.

“Para fazer investimento é preciso ter previsibilidade. O processo de investe, corta, investe, corta, é danoso para todos nós”, diz o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian. Com previsão de atingir produção de 1.060.000 unidades este ano (alta de 10,2% na comparação com 2020), o setor teria condições de chegar a 1,5 milhão se investisse em adequação de máquinas e contratações, dentre outras ações.

Instalados no PIM, Polo Industrial da Manaus, os fabricantes de motos produziram 103.792 unidades em maio, o que represenetou queda de 15,1% sobre o desempenho de abril, que teve 122.220 motocicletas fabricadas. Em relação ao mesmo mês do ano passado (14.809 unidades), houve alta de 600%.

Vale ressaltar, contudo, que naquele período a capital amazonense ainda sofria os impactos da primeira onda do coronavírus e as fábricas estavam retomando, gradativamente, suas atividades.  No acumulado dos primeiros cinco meses deste ano a produção totalizou 463.413 motos, volume similar ao registrado em 2019, período pré-pandemia, quando foram fabricadas 468.984 motocicletas.

“No momento, as fábricas mostram uma curva de recuperação. No entanto, estamos apreensivos em relação ao ritmo do avanço da pandemia nos próximos meses”, comenta Fermanian. “É preciso acelerar o programa de vacinação para trazer tranquilidade na gestão das nossas fábricas”.

O presidente da Abraciclo diz que o setor de motos não está sofrendo problemas com falta de componentes como acontece na indústria de veículos leves, pesados e também o de bicicletas. O problema maior é o distanciamento social imposto pela pandemia, que impede o setor de ampliar produção dentro da estrutura atual. Em julho, como é tradicional, as fabricantes de Manaus entrarão em férias coletivas, o que significa que a falta de produtos pode até se agravar em agosto.

Segundo Fermanian, a oferta de motos de média e alta cilindradas já começa a se normalizar, mas as de baixa cilindrada ainda estão em falta no mercado: “O estoque ainda é baixo e perduram as filas de 45 dias para a retirada de modelos da categoria Street, que é bastante utilizada pelos entregadores de aplicativos”.

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Com 110.376 unidades emplacadas em maio, as vendas de motos no varejo alcançaram o melhor resultado do ano. De acordo com a Abraciclo, esse também é o melhor desempenho para o mês desde 2014, que teve 126.701 licenciamentos. Em relação a abril, com 94.654 unidades comercializadas, o mercado cresceu 16,6%.

A entidade informa ainda que a categoria Street liderou o ranking das mais vendidas em maio, com 54.714 emplacamentos e participação de 49,6% no mercado total Em segundo lugar, ficou a Trail (24.028 unidades e 21,8% de participação), seguida pela Motoneta (14.941 e 13,5%).


 

Alzira Rodrigues
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