Há apenas 22 dias na presidência da General Motors América do Sul, Santiago Chamorro ainda está em processo de mudança dos Estados Unidos para o Brasil, mais especificamente para São Paulo, onde já morou na época em que atual na subsidiária brasileira, inicialmente na área de vendas e de 2013 a 2016 como presidente.

Diretamente de Detroit, o executivo atendeu um grupo de jornalistas na manhã desta quarta-feira, 22, quando abordou temas variados,  da volta do segundo turno nas fábricas locais até o inevitável processo de eletrificação no setor. Além de revelar estar feliz com sua volta, ele mostrou-se otimista quanto à recuperação do mercado brasileiro e sul-americano em geral já no próximo ano.

Pelas suas projeções, as vendas na América do Sul vão atingir 4,5 milhões de veículos em 2022, dos quais 2,9 milhões serão comercializados no Brasil. Se concretizada a estimativa da Anfavea de serem emplacadas este ano no País total de 2,32  milhões de unidades, o volume projetado por Chamorro representará crescimento de 22,5%, índice acima dos 13% de alta de 2021 sobre 2020 (2.058.000 unidades).

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Além disso, representará um desempenho superior ao da pré-pandemia, considerando que em 2019 foram licenciados 2,79 milhões de veículos. Dentre os fatores dessa retomada, Chamorro destacou a previsão de maior disponibilidade de componentes eletrônicos, a demanda reprimida atual e a boa disponibilidade de crédito no mercado brasileiro.

Sobra a falta de semicondutores, que provocou a paralisação total da produção da fábrica de Gravataí, RS, por mais de cinco meses, Chamarro deixou claro que o problema ainda persiste, mas sinalizou um quadro menos crítico no ano que vem. Ele não revelou eventuais prejuízos da empresa, mas fez questão de ressaltar que o objetivo atual, com a retomada do segundo turno em todas fábricas brasileiras, é o de criar um negócio sustentável na região.

Fez questão de comentar também sobre a boa relação da GM com a rede Chevrolet e com os fornecedores locais, destacando o portfólio totalmente renovado da marca ao longo dos últimos cinco anos em que esteve fora do Brasil. “Tem clientes esperando nossos produtos e vamos acelerar a produção para atendê-los, assim como estamos agilizando as entregas, operando praticamente sem estoques. O objetivo é virar o jogo rapidamente”.

Sobre o tema eletrificação, Chamorro lembrou que a GM lançará mundialmente 30 novos modelos até 2025. Questionado sobre o etanol brasileiro, se isso não favorece os modelos híbridos, o novo presidente da empresa na região disse acreditar que os elétricos tendem a prevalecer futuramente:

“Nos mercados onde os híbridos são oferecidos, o consumidor não usa muito o motor elétrico. Por isso acredito que no Brasil, assim como vemos nas grandes potências, a tendência é pelo veículo elétrico”.


Foto: Divulgação/GM

Alzira Rodrigues
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